Índia e Paquistão concordam com cessar-fogo em negociações mediadas pelos EUA
Anúncio foi feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, nas redes sociais; tensão entre países começou após massacre na Caxemira

Emanuelle Menezes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (10) que Índia e Paquistão concordaram com um cessar-fogo para encerrar o confronto militar iniciado após um ataque em um resort na região da Caxemira indiana.
"Após uma longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos, tenho o prazer de anunciar que a Índia e o Paquistão concordaram com um CESSAR-FOGO COMPLETO E IMEDIATO. Parabéns a ambos os países por usarem o bom senso e grande inteligência," disse Trump em uma publicação na rede social Truth Social.
Os governos dos dois países, que são adversários históricos, confirmaram a informação. O Ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, disse que a Arábia Saudita e a Turquia desempenharam um papel importante na facilitação do acordo. O secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, também confirmou o cessar-fogo em terra, ar e mar. Eles devem se reunir novamente na segunda-feira (12).
O acordo de cessar-fogo ocorre após semanas de confrontos e ataques com mísseis e drones na região da Caxemira, disputada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. Dezenas de civis foram mortos em ambos os lados.
Localizada na região do Himalaia, a Caxemira, atualmente, é dividida entre os dois países e a China. Guerrilheiros favoráveis à unificação com o Paquistão – e até mesmo à criação de um país independente – atuam na região há décadas. O governo indiano acusa o Paquistão de apoiar os rebeldes, o que é negado pelas autoridades paquistanesas. Milhares de civis, rebeldes e membros das forças governamentais foram mortos no conflito entre os dois países ao longo dos anos.
Tensão entre países cresceu após atentado
A tensão entre os dois países escalou após um atentado que matou 26 turistas que estavam em um resort na região da Caxemira indiana, no último dia 22. A Índia classificou o atentado como um "ataque terrorista" e acusou o Paquistão de apoiar o massacre.
Ao menos quatro homens armados abriram fogo contra dezenas de pessoas a curta distância. A maioria dos mortos era composta por turistas indianos, de acordo com as autoridades. O massacre foi reivindicado por um grupo militante autodenominado Resistência da Caxemira.
As equipes de resgate recolheram pelo menos 24 corpos em Baisaran, a cerca de cinco quilômetros da cidade turística de Pahalgam. Outros dois turistas morreram enquanto eram levados para atendimento médico.
O Paquistão negou participação no atentado. Posteriormente, ambos os países expulsaram diplomatas e cidadãos, ordenaram o fechamento da fronteira e fecharam o espaço aéreo entre si.
*Com informações da Associated Press