Hamas ameaça matar reféns caso exército israelense se aproxime de esconderijos
Grupo terrorista disse que guardas estão operando sob novas instruções
O porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, Abu Obaida, informou que os guardas receberam novas instruções sobre como lidar com os reféns capturados no dia 7 de outubro de 2023. Sem fornecer detalhes, ele disse que Israel seria o responsável pela morte dos prisioneiros caso o exército se aproxime dos esconderijos do grupo.
“Novas instruções foram emitidas para os Mujahideen encarregados de guardar os prisioneiros. Essas instruções descrevem como lidar com a situação se o exército de ocupação se aproximar do local onde os prisioneiros estão sendo mantidos. Eles têm total responsabilidade pelas mortes dos prisioneiros”, disse Abu Obaida.
O alerta aconteceu um dia após o exército israelense recuperar os corpos de seis reféns em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Segundo autópsia realizada pelo Ministério da Saúde, todos morreram depois de terem sido baleados a uma curta distância.
A descoberta gerou revolta entre os israelenses, que foram às ruas para pressionar o governo a concluir um acordo de cessar-fogo que garanta a libertação dos reféns. O recado chegou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que, apesar de lamentar as mortes, não demonstrou intenção de ir contra sua estratégia de "vitória total" sobre o Hamas.
Pressão internacional aumenta
Além de organizações internacionais, como as Nações Unidas (ONU), o governo dos Estados Unidos aumentou a pressão por um acordo de cessar-fogo em Gaza. Na segunda-feira (2), o presidente Joe Biden disse não acreditar que Netanyahu esteja fazendo o suficiente para garantir um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns.
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A fala pode gerar ainda mais impasse dentro do governo israelense, já que Washington é o principal aliado do país na guerra contra o Hamas. Altos funcionários militares e de segurança, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, já defenderam a conclusão de um acordo para o resgate dos reféns, alertando que o “tempo estava se esgotando”.