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Guerra na Ucrânia: 8 mil pessoas foram mortas em Mariupol em 11 meses

Relatório da Human Rights Watch denuncia riscos à população que se abrigou em porões durante ataques russos e falta de acesso dos civis a infraestrutura básica

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Mariupol
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Relatório produzido pela Human Rights Watch e a Truth Hounds, organização ucraniana de direitos humanos, revela que 10 mil pessoas foram enterradas em Mariupol, uma das cidades mais afetadas pela guerra na Ucrânia entre março de 2022 e fevereiro de 2023 – em onze meses, portanto. Deste número, pelo menos 8 mil mortes ocorreram por causa do conflito. Não há informações de quantos mortos eram civis.

Segundo a análise, o número de mortos pode ser ainda maior, pois algumas sepulturas abrigavam vários corpos. Alguns restos mortais “provavelmente foram soterrados nos escombros”. O relatório ressalta que mortos podem ter sido enterrados em locais que não podem ser identificados, e outras pessoas podem ter morrido mais tarde de causas relacionadas à guerra. Familiares de desaparecidos ainda aguardam notícias de entes queridos.

O relatório ainda denuncia que o ataque russo à cidade obrigou centenas de milhares de pessoas a permanecerem na cidade por semanas sem serviços básicos, como eletricidade, água corrente e cuidados de saúde. A maioria, abrigada em porões para se proteger de ataques aéreos, bombardeios e confrontos entre os exércitos. No período, enquanto as forças russas controlavam a cidade, milhares de edifícios, incluindo arranha-céus, hospitais e escolas, encontravam-se em ruínas. Estima-se que 400 mil residentes conseguiram fugir da cidade até meados de maio.

O estudo Our City Was Gone: Russia’s Devastation of Mariupol, Ukraine, em português Nossa Cidade Desapareceu: A destruição russa de Mariupol, Ucrânia, obteve essas conclusões após entrevistar 235 envolvidos no conflito e analisar imagens de satélite, fotos e vídeos que mostravam o impacto da guerra na cidade.

Os documentos também descrevem tentativas de autoridades ucranianas e agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) de organizar a retirada de pessoas do território e de entregar ajuda humanitária diante do ataque russo.

Como está Mariupol hoje

Dois anos após a invasão russa, a cidade aparenta estar em reconstrução. Prédios com estruturas danificadas foram demolidos para iniciar a construção de outros, medidas que fazem parte dos planos da Rússia de reconstruir o local até 2025, e desenvolvê-lo até 2035, caso o país continue dominando o local.

No entanto, a reconstrução pode apagar diversas evidências de potenciais crimes de guerra. O relatório ainda faz dez indicações de autoridades russas que podem ser responsáveis por estas infrações. Entre eles, estão o presidente Vladimir Putin e o ministro da defesa Sergei Shoigu.

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