Greve de pilotos da Latam no Chile é encerrada após acordo entre companhia e sindicato
Paralisação, motivada pelo impasse nas negociações de um novo contrato coletivo, gerou cancelamento em massa de voos e afetou cerca de 20 mil passageiros


Emanuelle Menezes
A greve de pilotos da Latam Airlines no Chile, iniciada há uma semana, foi encerrada nesta quarta-feira (19) após um acordo entre o sindicato da categoria e a companhia aérea.
A paralisação foi motivada pelo impasse nas negociações de um novo contrato coletivo e gerou cancelamento em massa de voos, afetando cerca de 20 mil passageiros.
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O sindicato em questão, que representa 464 pilotos, reivindicava a recomposição salarial e de benefícios de 2020, reduzidos durante a pandemia. Durante a crise da Covid-19, os profissionais aceitaram uma redução salarial de 50% para ajudar a manter as operações (entenda mais abaixo).
Em nota, a Latam informou que o acordo "estabelece condições justas e responsáveis, em linha com o objetivo de garantir a sustentabilidade da empresa e manter condições de trabalho competitivas para os pilotos da LATAM no Chile".
Os cancelamentos anunciados até 24 de novembro permanecem em vigor, e as operações retornarão à normalidade a partir de 25 de novembro, segundo a empresa.
A Latam esclareceu que voos que têm o Brasil como origem ou destino não foram afetados.
Reivindicações da greve
A greve, iniciada no dia 12 de novembro, reivindicava o aumento de benefícios e salários que foram reduzidos na pandemia de Covid-19. Segundo o sindicato, os pilotos foram os únicos funcionários da companhia aérea que não tiveram suas condições restabelecidas, mesmo com a recuperação financeira da empresa.
Durante a crise da Covid, os profissionais aceitaram redução salarial de 50% para ajudar a manter as operações. A entidade criticava a postura da Latam, que teria se recusado a devolver os direitos perdidos durante o período de reestruturação sob o Chapter 11 da lei de falências dos Estados Unidos.
No Brasil, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) manifestou apoio aos pilotos chilenos, destacando a importância do diálogo e de um acordo equilibrado entre empresa e trabalhadores.
"O SNA reafirma sua convicção de que a valorização dos profissionais é essencial para uma aviação segura, eficiente e sustentável, e encoraja todas as partes a manterem abertos os canais de diálogo e respeito mútuo. Enfatizamos que toda ação empresarial deve garantir o respeito aos direitos fundamentais dos trabalhadores, especialmente o direito constitucional de greve, pedra angular do diálogo social e da negociação coletiva livre e justa", afirmou em nota.









