G20: Lula defende que todos os países façam "mais e melhor" e propõe antecipação de metas climáticas
Presidente quer que países desenvolvidos do G20 antecipem metas climáticas definidas pelo Acordo de Paris em até 10 anos
Raphael Felice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou na manhã desta terça-feira (19) o discurso de abertura da terceira sessão da Cúpula do G20, que trata sobre o desenvolvimento sustentável com foco na busca de medidas para reduzir as mudanças climáticas.
O presidente defendeu que todos os países façam "mais e melhor" para atingir as novas metas de NDC, que visa limitar o aumento da temperatura global em até 1,5 °C em comparação a era pré-industrial. Lula ainda cobrou dos países desenvolvidos um maior engajamento para que essas metas sejam alcançadas antes de 2050, prazo definido pelo Tratado de Paris.
"Nossa bússola continua sendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse é um imperativo da justiça climática. Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais. Aos membros desenvolvidos do G20, proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045, disse.
Segundo o presidente, o maior esforço das potências, poderá servir de exemplo e de incentivo para países em desenvolvimento.
"Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais. Aos países em desenvolvimento, faço um chamado para que suas NDCs cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. É essencial que considerem adotar metas absolutas de redução de emissões", concluiu o chefe do poder Executivo.
Conselho
Lula também propôs a criação do Conselho de Mudança do Clima nas Nações Unidas (ONU). O objetivo da proposta é promover a ampliação da capacidade de articulação da entidade em nível global e, com isso, acelerar a implantação das medidas acordadas nos fóruns internacionais relativas ao combate às mudanças climáticas.
“Precisamos de uma governança climática mais forte. Não faz sentido negociar novos compromissos se não temos um mecanismo eficaz para acelerar a implementação do Acordo de Paris. O Brasil convida a comunidade internacional a considerar a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, que articule diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados”, afirmou o presidente brasileiro.