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Desnutrição ameaça 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza

De acordo com o balanço do Integrated Food Security Phase Classification, 100% da população em Gaza enfrentará a carência alimentar até setembro deste ano

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Desnutrição ameaça 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza | Foto: Agência Brasil.
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A Faixa de Gaza enfrenta, atualmente, mais do que um conflito armado: a população também confronta a fome. Dados inéditos do sistema Integrated Food Security Phase Classification (IPC) - que mede a fome no mundo -, publicados na última segunda-feira (12), projetam que do dia 11 de maio até o dia 30 de setembro deste ano, 100% da população - o que equivale em torno de 2.1 milhões de pessoas - sofrerá com insuficiência de comida em níveis preocupantes.

Entre este grupo, 22% dos cidadãos, número que corresponde a 469,500 indivíduos, vão passar por insegurança alimentar em uma escala catastrófica. Atualmente 93% dos habitantes do território passam por dificuldades em relação à alimentação. Até mesmo as 25 padarias mantidas pelo Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) estão fechadas, já que não há mais combustível para cozinhar.

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Veja o gráfico abaixo:

Desnutrição ameaça 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza | Foto: Produção SBT News
Desnutrição ameaça 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza | Foto: Produção SBT News

A falta de suprimentos faz com que os preços dos alimentos subam diariamente; houve um aumento de 3.000% desde fevereiro em relação ao valor da farinha de trigo, por exemplo - 25 quilos, em Gaza, equivalem a US$235. Em reais este valor seria, em média, R$1.350,29. Em Deir al-Balah, cidade palestina na região central da Faixa, o mesmo item custa aproximadamente US$520 - no Brasil, R$2.954,69.

Famílias palestinas estão recorrendo a estratégias extremas diante deste cenário. Um terço da população procura por lixo e tenta vendê-lo por comida. Enquanto isso, um quarto dos habitantes da Faixa de Gaza afirmam que não há mais nada valioso disponível para que possam barganhar, aonta o IPC

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O acesso à água potável e condições humanamente sanitárias também está restrito na região. Grande parte da população não usa sabonete há meses - fato que corrobora para a proliferação de doenças contagiosas e outras infecções. 75% das crianças nesta circunstância não consomem o mínimo requerido para o seu crescimento, o que aumenta o risco de deficiências nutricionais e outras questões de saúde.

António Guterres, o secretário-geral da ONU, se pronunciou sobre as estatísticas e disse que está preocupado com o resultado da pesquisa - em especial por causa das crianças.

Cindy McCain, diretora executiva do World Food Programme (WFP) também demonstrou preocupações:

"É imperativo que a comunidade internacional aja com urgência para que a ajuda volte a fluir para Gaza (...) se esperarmos até que a fome seja confirmada, já será tarde demais para muitas pessoas."
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