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Famílias denunciam abusos e negligência em centros de detenção de imigrantes no Texas

Água racionada, disputas entre detidos e falta de cuidados médicos são denunciadas em meio a pressão para revogar acordos de proteção a crianças migrantes

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Famílias de imigrantes enfrentam condições precárias em centros de detenção no Texas, nos EUA | | Foto: ice.gov
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Famílias de imigrantes nos EUA denunciam situações precárias em Centros de Processamento de Imigração (ICE), no estado do Texas. Em depoimentos de familiares, casos como adultos brigando com crianças por água limpa e uma criança com pés inchados que teve exames médicos negados, são exemplos de situações que acontecem em instalações no Texas.

Defensores de imigrantes entraram com uma ação judicial contra o governo Trump, para impedir que o Acordo de Assentamento Flores seja rescindido. A política dos anos 90 estabelece padrões para a detenção e liberação de menores imigrantes e determina que crianças detidas tenham acesso a condições seguras e sanitárias.

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Em comunicado feito pelo advogado sênior de imigração Mishan Wroe, do National Center for Youth Law, expõe que é necessário garantir os padrões de cuidado do acordo o mais rápido possível. “Em um momento em que o Congresso está considerando financiar a detenção indefinida de crianças e famílias, defender o Acordo Flores é mais urgente do que nunca”, informou na última sexta-feira (20).

O Centro de Direitos Humanos e Direito Constitucional (RAICES) e defensores dos direitos da criança, entraram em contato com algumas famílias mantidas em dois centros de detenção familiar do Texas, em Dilley e Karnes. Das 90 famílias que falaram com a RAICES desde março, 40 expressaram preocupações médicas e em relação a quantidade e a qualidade da água.

"Não temos água suficiente. Eles colocam uma caixinha de água e todo mundo tem que correr para pegá-la. Um adulto aqui até empurrou minha irmãzinha para chegar primeiro à água.", disse uma menina detida com a mãe e dois irmãos mais novos no Centro de Processamento de Imigração do Condado de Karnes.

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Outras crianças relataram sobre as dificuldades que estão enfrentando desde o início do encarceramento, como um menino de 12 anos com problemas sanguíneos. Ele falou sobre uma inflamação nos pés, que o impede de andar normalmente. Mesmo após ser consultado por um médico, foi impedido de realizar mais exames. "Dói quando ando", disse em uma declaração judicial.

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca e principal articulador das políticas de imigração de Trump, disse que os agentes de Imigração e Alfândega dos EUA tem uma meta diária de pelo menos 3.000, número bem superior aos 650 por dia dos primeiros cinco meses do segundo mandato do presidente americano.

Leecia Welch, diretora jurídica adjunta da Children's Rights, declarou que, apesar das condições ruins das instalações, elas só vão piorar à medida que mais imigrantes forem conduzidos.

“No início de junho, o censo em Dilley era de cerca de 300 pessoas e apenas duas das cinco áreas estavam abertas. Com uma capacidade de cerca de 2.400 pessoas, é difícil imaginar como seria com mais 2.000 pessoas.”, disse Welch.

*Com informações da Associated Press

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