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Família faz vigília em Londres nos 20 anos da morte de Jean Charles de Menezes

Grupo se reuniu em frente à estação de metrô onde o brasileiro foi morto pela polícia em 2005

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Vigília em homenagem a Jean Charles de Menezes | Foto: Sérgio Utsch
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Familiares e amigos de Jean Charles de Menezes, acompanhados de ativistas britânicos, fizeram uma vigília, nesta terça-feira (22), na estação de metrô Stockell, no sul de Londres, pra lembrar os 20 anos desde que o brasileiro foi morto pela Polícia Metropolitana de Londres.

+ "Eu temo que a memória dele seja apagada", diz prima de Jean Charles de Menezes

Em frente às câmeras da imprensa do Brasil e do Reino Unido, o grupo vestido de camisas em que se lia "20 anos: Justiça negada" fez um minuto de silêncio, seguido de discursos em frente ao mural com o rosto de Jean.

"Perder um ente querido já é muito difícil e ter que lidar com a situação, com todas as mentiras, com toda a intenção de sujar o nome dele pra proteger uma instituição é inadmissível", disse Vivian Menezes, prima de Jean, com quem morava em 2005. Ela tinha acabado de chegar a Londres, vinda do interior de Minas, quando o brasileiro foi morto.

A vigília tinha cerca de 40 pessoas e contrastou com as celebrações grandiosas e transmitidas ao vivo pela TV de 2 semanas atrás, que homenagearam as 52 vítimas das explosões de 7 de julho de 2005. As principais autoridades do governo e da polícia, além de integrantes da monarquia britânica, estavam presentes na Catedral de São Paulo e em um monumento erguido no Hyde Park. Não houve nenhuma menção a Jean Charles.

"São coisa diferentes claro mas, obviamente, o Estado não vai querer falar o nome dele porque todos sabemos que ele foi uma vítima do Estado", afirmou Vívian. Polícia e governo admitiram o erro, pediram desculpas à família, mas nenhum policial jamais foi punido.

"As pessoas ainda perguntam: por que ele pulou a roleta (do metrô)? Ele não pulou a roleta. Foram os policiais que o seguiam que pularam. Ainda há muitos equívocos sobre a história", diz Steve Reynolds, ex-policial que atuou na investigação do caso Jean Charles e autor de um livro sobre a história, que acaba de ser lançado no Brasil.

"Este foi um erro muito, muito grave da polícia. Jean Charles de Menezes era 100% inocente", afirma Reynolds, um dos britânicos presentes na vigília desta terça-feira. Antes dos discursos, houve um minuto de silêncio e a apresentação de uma banda colombiana, solidária à história de mais um latino em Londres.

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