Exército israelense planeja transferir civis de Gaza para países terceiros, diz ONU
Organização criticou plano, dizendo que envio forçado de cidadãos viola lei internacional
O chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, alertou, na 5ª feira (4.jan), que o exército israelense está planejando enviar os civis da Faixa de Gaza para países terceiros. Segundo ele, a possível ação violaria a lei internacional, que proíbe a transferência forçada da população, podendo ser classificado crime de guerra.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
“Muito perturbado com as declarações de altos funcionários israelitas sobre os planos de transferência de civis de Gaza para países terceiros. 85% das pessoas em Gaza já estão deslocadas internamente. Eles têm o direito de voltar para suas casas. A lei internacional proíbe a transferência forçada de pessoas protegidas dentro ou a deportação de território ocupado”, disse Türk.
A declaração do chefe humanitário aconteceu no mesmo dia em que Israel apresentou uma nova abordagem em Gaza para derrotar o Hamas. O novo plano, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, abrange reforçar a ofensiva terrestre e os combates no norte da região e aumentar os ataques contra líderes do grupo extremista no sul.
“Ao observar os combates que acontecem nos campos centrais contra os alvos do Hamas. Semelhante ao norte e ao sul da Faixa de Gaza, as Forças de Defesa de Israel operam com precisão e letalidade”, disse Gallant, reforçando que o objetivo israelense é remover o Hamas do controle de Gaza, recuperando a segurança dos cidadãos do país.
As ações de Israel, no entanto, já deixaram mais de 21 mil mortos em Gaza. Os bombardeios foram intensificados, sobretudo, no fim do ano passado, quando, apenas entre 24 e 25 de dezembro, mais de 50 ataques foram lançados em toda a região. Três campos de refugiados foram atingidos, bem como sete edifícios residenciais.
+ EUA: polícia encontra explosivo improvisado em escola que sofreu ataque a tiros em Iowa
“Reafirmamos nossa advertência de que todos os ataques devem seguir estritamente os princípios do Direito Internacional Humanitário, incluindo distinção, proporcionalidade e precaução no ataque. As forças israelitas devem tomar todas as medidas disponíveis para proteger os civis. Advertências e ordens de evacuação não os eximem de toda a gama de suas obrigações do Direito Internacional Humanitário”, disse Türk.