EUA: suspeito de atacar manifestantes pró-Israel é acusado de "crime de ódio federal"
Mohamed Sabry Soliman também responderá por acusações de tentativa de homicídio

Camila Stucaluc
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou, na segunda-feira (2), acusações federais contra Mohamed Sabry Soliman, preso por atear fogo contra manifestantes pró-Israel. Segundo as autoridades, ele responderá por crime de ódio federal e acusações de tentativa de homicídio.
O caso aconteceu na tarde do último domingo (1º), em Boulder, no Colorado. Na data, Mohamed jogou vários coquetéis molotov contra um grupo de pessoas que se reunia em um protesto pacífico em memória aos reféns israelenses ainda mantidos na Faixa de Gaza pelo Hamas.
Ao todo, oito pessoas com idades entre 52 e 88 anos ficaram feridas. Todos foram transportados para hospitais próximos, com queimaduras leves e graves. Leo Terrell, conselheiro sênior de direitos civis do Departamento de Justiça, disse que entre as vítimas estava uma sobrevivente do Holocausto.
“Ela suportou o pior mal da história da humanidade. Veio para a América em busca de segurança. E agora, décadas depois, ela é vitimada novamente por um terrorista. Tudo isso é causado pelo mesmo tipo de ódio: o antissemitismo. Devemos combater esse terror juntos”, disse Terrell.
As investigações identificaram Mohamed como o único suspeito do ataque. Ele teria recorrido aos coquetéis molotov por não ter conseguido obter uma arma. Além dos explosivos arremessados, os agentes encontraram outros 16 que não chegaram a ser utilizados pelo agressor. À polícia, ele disse que "faria tudo de novo".
"Nenhum americano deve sofrer violência motivada por ódio com base em sua fé ou origem nacional, e a Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça agirá rápida e decisivamente para levar os autores de tais crimes à justiça. Pode haver tolerância zero para tais atos em nossa grande nação”, disse o procurador-geral adjunto Harmeet K. Dhillon.
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O ataque aconteceu poucas semanas após dois funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos serem mortos a tiros em frente ao Museu Judaico de Washington. Ao ser detido por policiais, o autor dos disparos confessou os assassinatos e informou o lugar onde havia descartado a arma utilizada no crime. Depois, enquanto algemado, gritou “Palestina livre” e disse que “havia feito isso por Gaza”.
Guerra em Gaza
Atos contra Israel vêm aumentando nos Estados Unidos devido à guerra na Faixa de Gaza. Em outubro de 2023, o exército israelense lançou uma ofensiva no enclave palestino para "destruir" o Hamas e resgatar os reféns capturados pelo grupo em um ataque feito no sul do país. Apesar dos apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo, os combates continuam, totalizando mais de 50 mil mortos.