Entenda protestos pró-Palestina e contra apoio dos EUA a Israel que ocorrem em universidades americanas
Manifestações ocorrem em instituições de ensino superior de diversas partes do país
Protestos pró-Palestina, contra a guerra na Faixa de Gaza e o apoio dos Estados Unidos a Israel no conflito com o grupo extremista Hamas têm registrado centenas de prisões e punições a estudantes nas últimas semanas. O analista político Uriã Fancelli, especialista em relações internacionais, explica o assunto no Brasil Agora desta quarta-feira (1º).
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Fancelli lembra que essas manifestações não são novidade nos EUA. No fim dos anos 1960, por exemplo, jovens protestaram contra a guerra no Vietnã.
"Isso volta a acontecer por conta não só daquelas imagens que a gente observa em Gaza, de muitos civis sendo mortos, mas também da mudança demográfica que houve nos EUA", aponta Fancelli.
Historicamente, analisa Fancelli, o país "sempre se colocou incondicionalmente ao lado de Israel, tanto conservadores quanto democratas". "Hoje, a gente vê surgimento de pessoas mais jovens que não têm aquela mesma experiência que pessoas 20, 30 anos mais velhas tiveram com a guerra ao terror", conta, em referência aos ataques de 11 de setembro às torres gêmeas do World Trade Center e às guerras no Iraque e no Afeganistão.
Fancelli também explica o que está por trás desses protestos: a exigência de que universidades cortem relações com big techs, como Meta e Google.
"Acusam [essas empresas] de lucrar às custas da guerra. Cortar relações seria mais simbólico do que ter poder de influenciar alguma coisa", completa.