EUA: meteorologistas preveem temporada de furacões acima do normal para 2025
Cenário é influenciado pelas temperaturas oceânicas mais quentes e mudança na direção ou velocidade dos ventos

Camila Stucaluc
A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) informou que a temporada de furacões na bacia do Atlântico (de 1º de junho a 30 de novembro) deve ser acima do normal este ano. A previsão é de uma faixa de 13 a 19 tempestades tropicais na região, sendo que seis a 10 devem evoluir para furacão, com ventos de 119 km/h ou mais.
Segundo os meteorologistas, o cenário acontece devido a uma confluência de fatores, incluindo temperaturas oceânicas mais quentes do que a média e previsões de cisalhamento (mudança na direção ou velocidade dos ventos sobre a superfície do oceano). Outro fator a ser destacado é a maior atividade da monção da África Ocidental – ponto de partida primário para furacões no Atlântico.
Assim como em 2024, os impactos dos furacões devem ir além das comunidades costeiras – primeiras a serem atingidas. A NOAA citou como exemplo os furacões Debby, que atingiu a Flórida com ventos de até 130 km/h, e Helene, que passou por Carolina do Norte, Carolina do Norte, Flórida, Geórgia, Tennessee e Virgínia, deixando 234 mortos – o mais mortal desde o Katrina, em 2005.
Ao todo, 11 furacões e 18 tempestades tropicais atingiram os Estados Unidos no ano passado, resultando na temporada mais custosa já registrada. A morte de 427 pessoas foi atribuída às tempestades de 2024, enquanto as perdas totalizaram US$ 130 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 730 bilhões).
+ Milton, Helene, Katrina: Como se escolhe o nome de um furacão
"Em meus 30 anos no Serviço de Meteorologia, nunca tivemos modelos e sistemas de alerta mais avançados para monitorar o clima. Essa perspectiva é um apelo à ação: esteja preparado. Tome medidas proativas agora para fazer um plano e reunir suprimentos para garantir que você esteja pronto antes que uma tempestade ocorra ", disse o diretor do Serviço de Meteorologia da NOAA, Ken Graham.