EUA eleva tom contra Maduro sobre disputa com Guiana: “Haverá consequências”, diz Marco Rubio
Secretário de Estado americano assinou acordo de cooperação militar com a Guiana; Marinha dos EUA conduziu exercícios conjuntos em águas caribenhas

SBT News
O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, prometeu nesta quinta-feira (27) que os Estados Unidos responderão com força se a Venezuela atacar a Guiana. Os países de fronteira travam uma disputa territorial envolvendo enormes reservas de petróleo e gás.
Rubio, que passou pela Guiana como parte da segunda etapa de uma viagem por três países do Caribe, disse que seria um "dia muito ruim" para a Venezuela se isso acontecesse. O representante de Donald Trump intensifica esforços para novas parcerias com países da América Latina para independência energética americana, além de coibir a migração ilegal, o tráfico de drogas e a violência de gangues.
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Em breve parada em Georgetown, nesta quinta, Rubio conversou com o presidente guianense Irfaan Ali antes de viajar para o Suriname.
“As ameaças regionais são baseadas em reivindicações territoriais ilegítimas de um regime de narcotráfico. E eu quero ser franco: haverá consequências para o aventureiros. Haverá consequências com ações severas”, declarou o secretário americano em uma coletiva de imprensa após o encontro.
As falas aconteceram no mesmo dia em que Rubio assinou um acordo de segurança com o ministro das Relações Exteriores da Guiana, que aumentará o compartilhamento de inteligência e a cooperação militar. É como se a Guiana entrasse para o "escudo" de proteção dos EUA.
A assinatura ocorreu sob forte demonstração de poderio militar norte-americano na região, com a Marinha dos EUA conduzindo exercícios conjuntos com a Marinha da Guiana em sua 'zona econômica exclusiva'.
A Guiana, que tem depósitos significativos de petróleo offshore, tem um papel fundamental nas tentativas do governo Trump em afastar os países da América Latina das importações de energia venezuelana.
Entenda a tensão entre Venezuela e Guiana
No início de março, a Guiana denunciou a incursão de um navio naval venezuelano armado em águas da Guiana, onde a ExxonMobil está desenvolvendo um gigantesco depósito de petróleo.
Desde que a petrolífera fez sua grande descoberta de reservas no mar da Guiana, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, reacendeu a disputa territorial centenária com o país vizinho e tomou medidas para anexar a remota região de Essequibo, que compreende cerca de dois terços da massa terrestre da Guiana.
Em Caracas, a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez respondeu dizendo que seu país nunca cederia sua reivindicação ao território disputado e acusando Ali e Rubio de “minar a paz e a estabilidade de nossa região”.
O governo de Nicolás Maduro chamou o desenvolvimento dos campos de petróleo da Guiana de “ilegal”.
*com informações da Associated Press
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