Estônia invoca Artigo 4 do tratado da Otan; países vão se reunir para discutir resposta à Rússia
Três jatos militares russos teriam violado espaço aéreo estoniano por 12 minutos; Kremlin nega e diz que caças "estavam sobre águas neutras do Mar Báltico"

Emanuelle Menezes
com informações da Reuters
A Estônia invocou nesta sexta-feira (19) o Artigo 4 da Constituição da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), após acusar a Rússia de violar seu espaço aéreo com três jatos militares.
🔎 O artigo determina a consulta dos 32 países membros da aliança militar sobre uma possível resposta a alguma invasão.
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De acordo com a porta-voz da Otan, Allison Hart, o Conselho do Atlântico Norte se reunirá no início da próxima semana para discutir o incidente com mais detalhes.
Esta é a segunda vez em 10 dias que o artigo é invocado. No último dia 10, a Polônia acusou a Rússia de invadir seu espaço aéreo com drones e solicitou uma reunião dos países membros da Otan.
Invasão na Estônia
Três jatos militares russos teriam violado o espaço aéreo da Estônia na sexta-feira. Segundo o governo estoniano, três caças MiG-31 entraram no espaço aéreo do país sem permissão e permaneceram lá por um total de 12 minutos, em uma violação classificada pelo ministro das Relações Exteriores Margus Tsahkna como "descarada e sem precedentes".
Neste sábado (horário local), o Ministério da Defesa da Rússia negou a violação do espaço aéreo da Estônia. Segundo o Kremlin, os caças sobrevoaram águas neutras do Mar Báltico ao se deslocarem para Kaliningrado. "O voo foi realizado em estrita conformidade com as regras internacionais que regem o espaço aéreo, sem violação das fronteiras de outros Estados, como confirmado por verificações independentes", disse o ministério.
"Durante o voo, a aeronave russa não se desviou da trajetória de voo acordada e não violou o espaço aéreo da Estônia", completou a pasta.