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Doentes estão "à espera da morte" nos hospitais de Gaza, alerta OMS

Segundo a organização, falta água, comida, remédios e equipe médica para atender os mais de 60 mil feridos no enclave palestino

Doentes estão "à espera da morte" nos hospitais de Gaza, alerta OMS
Imagem publicada pela OMS mostra hospital de Gaza sobrecarregado de pacientes e refugiados
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a alertar para a situação humanitária catastrófica que se desenrola na Faixa de Gaza após mais de três meses de bombardeios diários. Segundo a agência da ONU, o número de feridos só cresce enquanto apenas 16 dos 36 hospitais no enclave palestino estão "funcionando minimamente ou parcialmente".

+ Primeiro carregamento de remédios desde cessar-fogo em novembro chega a Gaza

A informação faz parte do relato detalhado do oficial de Emergências de Saúde da OMS, Sean Casey. Em coletiva de imprensa na quarta-feira (17), ele contou o que viu durante uma missão de cinco semanas à Gaza e reforçou a necessidade de um cessar-fogo humanitário permanente.

“Cada vez que fui aos hospitais, vi evidências da catástrofe humanitária”, disse. "No hospital Al-Ahli, no norte, vi pacientes que estavam basicamente deitados em bancos de igreja à espera da morte em um hospital que não tinha combustível, nem energia, nem água", detalhou.

Segundo o funcionário da OMS, a dificuldade para entregar ajuda humanitária agrava ainda mais a situação dos pacientes e deslocados no enclave palestino. A ONU estima que o conflito deslocou 85% da população de Gaza, cerca de 1,9 milhão de pessoas, e já deixou 24 mil mortos e mais de 60 mil feridos.

“Eu atendia todos os dias pacientes em hospitais com queimaduras graves, com fraturas expostas, esperando horas ou dias por atendimento, e muitas vezes me pediam comida ou água. Isso demonstra o nível de desespero que vimos”, disse Casey.

Sobrecarregado e com poucos recursos

Durante a missão, Casey afirmou ter visitado seis hospitais de Gaza, incluindo o Al-Shifa, o principal centro médico da cidade de Gaza, localizada no norte.

Segundo Casey, o maior hospital de Gaza, com mais de 700 camas, "é agora uma sala de urgências cheia de pacientes gravemente feridos e cinco ou seis médicos e enfermeiros”. Dezenas de milhares de pessoas deslocadas vivem em salas de operações, corredores e escadas.

Mais ao sul, em Khan Younis, ele relatou que somente 30% do staff do hospital Nasser permanece no local após uma ofensiva israelense na região na semana passada. Segundo Casey, a unidade de queimados era composta por um médico que cuidava de 100 pacientes.

A situação é ainda mais grave no norte, onde Israel tem negado a entrada de ajuda humanitária.

“Na última semana em que estive em Gaza, tentamos todos os dias, durante sete dias, entregar combustível e suprimentos ao norte, à Cidade de Gaza. E todos os dias esses pedidos de movimento coordenado eram negados”, disse Casey no escritório da OMS, em Nova York.

Contudo, embora tenha enfatizado a necessidade de maior acesso tanto ao pessoal médico como aos suprimentos, para Casey, a necessidade mais crítica é um cessar-fogo, "tudo menosisso é simplesmente atender às necessidades do dia a dia”, concluiu ele.

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