Documentário brasileiro sobre Aldo Baldin tem lançamento mundial em Nova York
"Aldo Baldin - uma vida pela música", foi um dos cerca de trinta trabalhos selecionados para exibição no Havana Film Festival, em Manhattan
Washington DC — Na badalada região da Union Square em Manhattan, próximo ao West Village, cineastas de diferentes países da América do Sul e Central reuniram no Quad Cinema, por oito dias, para celebrar o cinema latino-americano. O Havana Film Festival New York celebrou a vigésima quarta edição com cerca de trinta trabalhos selecionados. Entre eles, uma obra brasileira que teve ali o lançamento mundial.
O documentário “Aldo Baldin, uma vida pela música” foi projetado em uma das salas no dia 14 de abril
"Participar do Havana Film Festival 2024 foi uma experiência incrível porque é um lugar onde a gente comemora o cinema latino americano com todas as suas dificuldades. A gente conhece diretores da Argentina, da América Latina inteira", diz Yves Goulart, diretor do longa-metragem.
Conterrâneo do personagem retratado no documentário, Goulart — que também é de Urussanga, em Santa Catarina — lembra que entrou em contato com a obra de Baldin pela primeira vez em uma exposição privada em Nova York quando uma amiga lhe mostrou um disco do tenor.
"Eu pensei: como eu fiquei tanto tempo sem saber que ele existia. Minha geração nao o conhecia. Faltou o nome de uma rua, de uma escola, faltou tanta coisa. Resgatar esta história 30 anos após sua morte e' resgatar a biografia que alguém que estava adormecido", diz.
Até o lançamento neste mês em Nova York, foram quatorze anos de pesquisa, com entrevistas feitas na América Latina, Estados Unidos e Europa.
“Foi muito bonito conhecer este personagem que por coincidência nasceu na mesma cidade que eu e que Urussanga não sabia direito. Sabia que era um tenor que teve uma carreira brilhante cantando em vários lugares do mundo mas não conhecia direito como ele chegou nesse lugar, quais foram as dificuldades, como ele se tornou um grande professor catedrático da Universidade de Cardiff, como ele foi o endereco de várias pessoas que queriam cantar música clássica e o Aldo as ensinou”, diz o diretor do longa.
Yves Goulart afirma que a imersão na obra e vida de Aldo Baldin foi também uma lição de resiliência.
“Trabalhar com a pesquisa sem ter pressa de mostrar ao público. Neste ano que marca os trinta anos que Aldo Baldin faleceu, a gente entrega este filme ao público de uma maneira muito respeitosa a memória deste artista que não é só mais de Urussanga e de Santa Catarina. E' um artista do Brasil”.
“Aldo Baldin - uma vida pela música” também será exibido, em junho, no “IN-EDIT Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical”.