Cúpula EUA-Rússia: Europa diz que Ucrânia deve ter liberdade para decidir futuro do país
Nações pediram solução diplomática para guerra, com acordo que proteja os interesses de Kiev

SBT News
com informações da Reuters
Os ucranianos devem ter a liberdade de decidir seu próprio futuro, disseram os Estados-membros da União Europeia (UE) nesta terça-feira (12). A declaração acontece dias antes das negociações entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, na sexta-feira (15), no Alasca.
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"Negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redução das hostilidades. Compartilhamos a convicção de que uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa", disseram os países europeus, exceto a Hungria.
Kiev e seus aliados temem que Trump, ansioso para concluir um cessar-fogo na guerra e selar acordos comerciais com Moscou, possa recompensar a Rússia por mais de 11 anos de esforços para tomar o território ucraniano — os últimos três em guerra aberta. Com isso, espera-se que os líderes europeus e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dialoguem com o líder norte-americano na quarta-feira (13).
"Uma Ucrânia capaz de se defender efetivamente é parte integrante de quaisquer garantias de segurança futuras", disse o comunicado europeu, acrescentando que as nações europeias estão prontas para contribuir ainda mais com as garantias de segurança.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, principal aliado de Putin na Europa, zombou da declaração de seus colegas da UE. "O fato de a UE ter sido deixada de lado já é triste o suficiente. A única coisa que poderia piorar as coisas é se começássemos a fornecer instruções do banco. A única ação sensata para os líderes da UE é iniciar uma cúpula UE-Rússia, com base no exemplo da reunião EUA-Rússia."
Trump vinha endurecendo sua posição em relação à Rússia devido ao impasse nas negociações de cessar-fogo. Visando pressionar Moscou, o republicano chegou a prometer o envio de mais armas para a Ucrânia e a ameaçar impor tarifas comerciais sobre os compradores de petróleo russo.
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Mesmo assim, a perspectiva de Trump receber Putin em solo americano para a primeira cúpula EUA-Rússia desde 2021 reavivou temores de que ele possa colocar interesses estreitos dos Estados Unidos à frente da segurança de aliados europeus ou geopolítica mais ampla.