Conselho da ONU exige que Talibã suspenda decretos que oprimem direito das mulheres
Regime vem excluindo grupo feminino da sociedade desde 2021, proibindo-o de estudar, trabalhar e viajar
A maioria dos membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou, na segunda-feira (26), para que o Talibã suspenda os decretos que oprimem e discriminam as mulheres no Afeganistão. Ao todo, 11 das 15 delegações condenaram a repressão causada pelo Talibã, exigindo que as mulheres tenham participação igualitária na vida pública, política, econômica, cultural e social do país.
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O resultado da reunião se soma aos outros pedidos da ONU para que o Talibã respeite o direito das mulheres. Isso porque, desde que assumiu o Afeganistão, em 2021, o regime vem excluindo as mulheres da sociedade, proibindo-as de estudar, trabalhar, viajar e frequentar locais como parques e academias. A obrigação do uso da burca - vestimenta que cobre o corpo inteiro - também foi reforçada em espaços públicos.
"Por um lado, o Afeganistão continua com um governo que não é reconhecido internacionalmente e, em muitos aspectos, não está integrado nas instituições globais e na economia global. Por outro lado, existe na comunidade internacional uma percepção de que a inclusão não melhorou; que a situação das mulheres e dos direitos humanos em geral se deteriorou nos últimos tempos”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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Em 2023, o Afeganistão foi classificado pela ONU como o país mais repressivo do mundo para as mulheres. O relator especial da ONU para os direitos humanos no Afeganistão, Richard Bennett, afirmou que as normas e limitações descrevem um modelo político de total segregação de gênero por parte do Talibã, que, segundo ele, tem apenas um objetivo: tornar as mulheres “invisíveis na sociedade”.