Mulheres são torturadas após protestarem contra abusos no Afeganistão
Trio foi mantido em uma sala pequena durante cinco dias e sofreu espancamentos e choques elétricos
A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou, nesta 5ª feira (20.out), que três mulheres foram detidas e torturadas após protestarem contra o abuso de poder do Talibã no Afeganistão. Segundo a entidade, o trio sofreu ameaças, espancamentos e choques elétricos, além de ficar em locais perigosos de confinamento.
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As mulheres começaram a protestar no país desde a primeira semana do Talibã no poder, em agosto de 2021. Os atos foram fortemente repreendidos pelas autoridades, que, posteriormente, começaram a realizar incursões para deter arbitrariamente a maioria das manifestantes que participaram dos atos.
As três mulheres descreveram ter sido mantidas inicialmente em uma única "sala apertada e sufocante", com um total de 21 adultos e sete crianças, durante cinco dias. No período, não foram fornecidos praticamente nenhuma comida ou água, bem como acesso a um banheiro. Todos tiveram os direitos legais ignorados e a maioria foi coagida a confessar crimes não cometidos.
Com os relatos, a HRW reforçou o pedido para que os governos relacionados com o Talibã pressionem o grupo a cumprir as obrigações do Afeganistão sob o direito internacional, incluindo respeitar a liberdade de expressão e prevenir tortura e outros maus tratos. A entidade pede prioridade aos direitos das mulheres, que estão em risco particular.
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"Mulheres e meninas afegãs enfrentam algumas das consequências mais duras do governo Talibã, e lideraram a difícil luta para proteger os direitos no Afeganistão. Infelizmente, seus apelos à comunidade internacional para que os apoiassem não foram respondidos", disse Heather Barr, diretora associada de direitos das mulheres da entidade.