Conheça a AR-15, arma utilizada pelo atirador Thomas Crooks contra o ex-presidente Donald Trump
O AR-15 se tornou a mais usada na história de massacres
Léo Sant'anna
O atentado contra o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump, no último sábado (13), acendeu discussões sobre as possíveis falhas na segurança do ex-presidente e como um armamento de guerra nas mãos de qualquer pessoa pode ser perigoso.
A arma utilizada, o AR-15, se tornou a mais usada na história de massacres. O fuzil é usado principalmente para defesa pessoal ou atividades militares. De fabricação americana, pode pesar menos de 3 kg e possui versão com cano curto.
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Ela surgiu na década de 1970 e foi amplamente utilizada na Guerra do Vietnã. No Brasil, é usada por traficantes do Rio de Janeiro.
Segundo o instrutor de tiro Rildo Anjos, a arma foi utilizada por sua praticidade no uso.
"Por ser uma arma mais leve, trata-se de uma arma com maior capacidade de munição e letalidade semelhante ou próxima do calibre 7.62. Ela tem peso e dimensões que facilitam o seu transporte, além de ter a facilidade de você personalizar com uma luneta, hand grips," afirma o instrutor de tiro Rildo Anjos.
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O AR-15 escolhido por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, era semi-automático e tinha calibre de 5.56. Foi com ela que o atirador abriu fogo contra Trump.
A arma já foi considerada o fuzil da América pela National Rifle Association (NRA), associação que defende o amplo uso de armas de fogo. Também é o modelo mais empregado em chacinas promovidas por extremistas nos Estados Unidos.
O antropólogo e ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Storani classificou o atentado como uma falha gravíssima da segurança do comício, principalmente por conta do atirador ter escolhido um local estratégico.
"Aquela região devia estar sendo monitorada, talvez pela polícia local ou alguma outra força que fosse mobilizada para isso. Isso permitiu que o atirador chegasse até o local com um fuzil dentro de uma capa ou dentro de uma caixa, escalasse aquele prédio, rastejasse do ponto de chegada até o ponto de disparo, preparasse sua arma, fizesse a visada e disparasse. Demorou-se muito a identificá-lo e abatê-lo."
Entenda o caso
Um comício do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste sábado (13) foi interrompido após um atentado. O candidato republicano à presidência discursava na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando sons semelhantes a tiros foram ouvidos na multidão.
Em um vídeo, é possível ver o momento em que Trump leva as mãos à orelha e é imediatamente protegido e escoltado por agentes do Serviço Secreto. As imagens mostram ainda marcas de sangue no lado direito da cabeça do ex-presidente.
As autoridades policiais dos Estados Unidos identificaram Thomas Matthew Crooks, 20 anos, da cidade de Bethel Park, na Pensilvânia como autor dos disparos. Ele foi morto pelas forças de segurança logo após o atentado.
Segundo o canal de televisão local WPXI-11 News, Crooks não tem antecedentes criminais e de acordo com registro de eleitores no Condado de Allegheny, o atirador é um eleitor republicano registrado.
Segundo informações da Inteligência dos Estados Unidos e do Serviço Secreto, o ex-presidente foi retirado do local em um helicóptero e está em segurança. Representantes da campanha de Trump informaram que ele passa bem.