Citando situação humanitária, UE insta Israel a suspender ofensiva em Rafah
Cidade é o último abrigo de palestinos em Gaza; situação pode criar tensão entre autoridades
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou a Israel para suspender a ofensiva militar na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (15), o diplomata defendeu que a operação está dificultando ainda mais a distribuição de ajuda humanitária e resultando em mais deslocamentos internos.
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“Mais de um milhão de civis estão abrigados em Rafah e foram instruídos a evacuar para áreas que, segundo as Nações Unidas, não podem ser consideradas seguras. Embora a UE reconheça o direito de Israel a defender-se, Israel deve fazê-lo em conformidade com o Direito Internacional Humanitário e proporcionar segurança aos civis”, afirmou Borrell.
O diplomata apelou que Israel não agrave ainda mais a situação humanitária em Gaza e que reabra o ponto de passagem de Rafah – um dos únicos para a entrada de alimentos, água, remédios e combustíveis. Ele frisou que, caso continue com a ofensiva na cidade, Israel “colocará inevitavelmente uma forte pressão sobre as relações UE-Israel”.
“Apelamos a todas as partes para que redobrem os esforços para alcançar um cessar-fogo imediato e a libertação incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas”, disse.
Rafah é considerada o último abrigo de palestinos na Faixa de Gaza. Até o momento, quase 500 mil dos 1,5 milhão de moradores que estavam na cidade fugiram em meio ao avanço do exército de Israel, que procura por últimas bases do Hamas. O temor da UE, assim como de outros blocos e países, é que a ofensiva resulte em mais mortes de civis.