Cidade de Rafah, no sul de Gaza, é alvo de intensos ataques israelenses
Mais de 1,2 milhão de palestinos estão refugiados na região, considerada o último local seguro do enclave palestino
Apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU, Israel continua as operações militares na Faixa de Gaza, e a cidade de Rafah, ao sul, foi alvo de intensos bombardeios na noite desta terça-feira (26).
A ONU estima que na região, considerada até então o último local seguro do enclave palestino, estejam 1,2 milhão de refugiados, a grande maioria em abrigos formais e informais. A incursão militar no Hospital al-Shifa e nas áreas circundantes também continua. Segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), os hospitais Al Amal e Nasser, em Khan Younis, permanecem sitiados.
Na tarde de terça-feira (26), o Crescente Vermelho informou que o Hospital Al Amal parou de funcionar após ficar mais de 40 dias sitiado. Segundo a organização humanitária, as Forças Armadas de Israel exigiram que médicos, pacientes e refugiados deixassem o local e depois fecharam as entradas com terra.
Assim como os combates, as dificuldades para levar ajuda humanitária aos palestinos também continua. O acesso terrestre, que é estritamente controlado por Israel, continua limitado, com somente 155 caminhões de ajuda atravessando por dia.
Isto está “muito abaixo da capacidade operacional de ambas as passagens de fronteira e da meta de 500 por dia”, segundo a UNRWA.
No norte de Gaza a ajuda humanitária só chega de paraquedas, o que provocou a morte de 12 palestinos afogados após eles tentarem nadar até os mantimentos que caíram no mar.
Para agravar ainda mais a situação, o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, anunciou no último domingo (24), que Israel informou à ONU que não aprovará nenhum comboio de ajuda humanitária para o norte. A situação humanitária na região é considerada catastrófica, com 27 crianças mortas devido a complicações ligadas à desnutrição grave na região, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, pelo menos 32.490 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde 7 de Outubro. Cerca de 70% dos mortos são mulheres e crianças. Outros 74.694 palestinos teriam sido feridos.