Chefe da Otan alerta para aliança entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte
Mark Rutte afirmou que apoio dos países pode escalar a guerra na Ucrânia; cenário é de ameaça global
Camila Stucaluc
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, fez um alerta, na terça-feira (12), contra a crescente cooperação econômica e militar da Rússia com a China, Irã e Coreia do Norte. Segundo ele, a aliança está ameaçando não somente a Europa, onde Moscou segue sua ofensiva na Ucrânia, mas o mundo todo.
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Informações de equipes de inteligência apontam que, no último ano, a Rússia contou com o envio de mísseis desenvolvidos pelo Irã na guerra, bem como com o apoio econômico da China para contornar as sanções aplicadas pelo Ocidente. Já a Coreia do Norte auxiliou o país com o envio de munições e mísseis balísticos, e, agora, 11 mil soldados.
“Isso é muito preocupante. A Rússia, trabalhando em conjunto com a Coreia do Norte, o Irã e a China, não está apenas ameaçando a Europa, está ameaçando a paz e a segurança também no Indo-Pacífico e na América do Norte”, disse Rutte.
Ao citar o Indo-Pacífico, o chefe da Otan deu destaque à Coreia do Sul. Isso porque o temor é que a junção dos norte-coreanos às tropas russas provoque a expansão da guerra na Ucrânia para um conflito multirregional, ligando as crescentes tensões na península coreana. Seul, por exemplo, já afirmou que cogita entregar armas e munições para Kiev em resposta ao envio de soldados por Pyongyang.
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Em meio ao cenário, Rutte defendeu aumentar o investimento na defesa e na cooperação transatlântica para garantir a segurança duradoura da aliança. "Quanto mais gastamos em defesa, mais reduzimos o risco de conflitos futuros. Portanto, devemos nos unir – Europa, América do Norte e parceiros globais – para manter nosso povo seguro”, disse.