Caso P. Diddy: ex-assistente acusa rapper de abuso sexual e agressões durante oito anos
Depoimento faz parte do julgamento por tráfico sexual contra o magnata do hip-hop, que nega as acusações

SBT News
Uma ex-assistente pessoal de Sean "Diddy" Combs prestou depoimento nesta quinta-feira (29) no julgamento em que o rapper é acusado de tráfico sexual. Usando o pseudônimo de "Mia", ela relatou ter sido vítima de agressões físicas e abusos sexuais durante os oito anos em que trabalhou para ele.
No depoimento, Mia contou que, em 2009, durante a festa de 40 anos de Diddy, ele colocou a mão por baixo de seu vestido e a beijou à força. Ela também relatou que foi forçada a fazer sexo oral enquanto o ajudava a arrumar malas para uma viagem. Segundo ela, em 2010, o rapper a estuprou em um quarto de hóspedes da casa dele, em Los Angeles.
“Eu não podia dizer ‘não’ para nada”, afirmou Mia, acrescentando que se sentiu “apavorada, confusa, envergonhada e com medo”. Ela explicou que os abusos eram imprevisíveis e espaçados de forma que ela acreditava que não iriam se repetir.
Mia também relatou que não pretendia contar sua história: "Se não tivesse sido chamada para depor, eu ia morrer com isso. Eu nunca quis que ninguém soubesse".
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De forma hesitante, Mia descreveu Diddy como um chefe controlador, que priorizava seus próprios desejos, desconsiderando o bem-estar dos funcionários. Ela disse que era frequentemente humilhada por erros, inclusive quando as falhas eram de outros, e que acumulava tantas tarefas que chegou a passar dias sem dormir.
“Era caótico. Era tóxico,” declarou Mia, que trabalhou para o rapper entre 2009 e 2017, também como executiva de seu estúdio de cinema. “Os altos eram muito altos, e os baixos, muito baixos”. Segundo ela, o humor de Diddy determinava como seriam os dias da equipe.
A ex-assistente afirmou que todos os funcionários estavam sempre em alerta, pois o comportamento de Diddy podia mudar repentinamente. Em um dos episódios, ele teria jogado um computador nela por não conseguir se conectar ao Wi-Fi.
Mia é a segunda de três mulheres que acusam Diddy de abuso sexual. A terceira mulher, identificada como “Jane”, deverá testemunhar sobre sua participação nos chamados “freak-offs”, encontros sexuais organizados pelo rapper.
Por decisão do juiz Arun Subramanian, algumas das vítimas estão utilizando pseudônimos para preservar a privacidade e segurança.
Diddy, de 55 anos, se declarou inocente das acusações de tráfico sexual e associação criminosa. Seus advogados admitem que ele poderia ser violento, mas negam que ele tenha usado seu poder ou feito ameaças para cometer abusos.
No tribunal, Mia também contou que presenciou agressões contra Cassie, ex-namorada de Diddy. Ela relatou um episódio ocorrido em 2013, na casa da cantora, em Los Angeles, onde ficou aterrorizada, acreditando que ele poderia matar todos que estavam no local.
Na ocasião, Mia disse ter tentado impedir a agressão, pulando nas costas do rapper. Diddy, segundo ela, a jogou contra uma parede e, em seguida, bateu com a cabeça de Cassie no canto de uma cama, causando um corte profundo na testa da cantora. Mia também relatou que, em outras ocasiões, a cantora ficou com olhos roxos e lábios inchados devido às agressões.
*com informações da Associated Press