Ataques aéreos e terrestres de Israel matam dezenas na Faixa de Gaza
Mulheres e crianças estão entre as vítimas; bombardeios acontecem em meio aos ataques do Irã contra Tel Aviv
SBT News
Pelo menos 51 pessoas foram mortas e 82 ficaram feridas em ataques terrestres e aéreos de Israel em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Entre as vítimas estão pelo menos sete mulheres e 12 crianças, uma delas com menos de dois anos.
Segunda maior cidade da Faixa de Gaza, Khan Younis ficou destruída após uma ofensiva de semanas do exército israelense na região no início deste ano. Contudo, sem ter para onde ir, muitos moradores retornaram após a retirada das tropas. De acordo com testemunhas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizaram uma incursão surpresa em três bairros, ao mesmo tempo em que aconteciam pesados bombardeios em outras áreas.
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À agência Associated Press (AP), o palestino Mahmoud al-Razd, que teve quatro parentes entre os mortos, descreveu a destruição massiva e disse que os primeiros socorristas tiveram dificuldade em chegar às casas destruídas.
"As explosões e os bombardeios foram massivos", disse. "Muitas pessoas estão sob os escombros, e ninguém pode resgatá-las."
Outras 23 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas em ataques separados em toda Gaza, segundo hospitais locais.
Os ataques acontecem em meio ao aumento de tensão entre Israel e Irã. Na terça-feira (1°), Teerã lançou cerca de 180 mísseis balísticos em direção a Tel Aviv e Jerusalém Ocidental em resposta às mortes de líderes do Hamas e Hezbollah nas últimas semanas. Também ontem, Israel iniciou a invasão terrestre no Líbano, após realizar diversos bombardeios que deixaram mais de mil mortos e deslocaram 1 milhão de libaneses.
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A escalada fez com que o Conselho de Segurança na ONU marcasse uma reunião de emergência para esta quarta-feira (2). O secretário-geral da ONU, António Guterres também condenou a "escalada após escalada" no Oriente Médio, enquanto o chefe do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu uma redução imediata no conflito.
“Imploro a todos os Estados, incluindo os membros do Conselho de Segurança, que ajam resolutamente para evitar um conflito mais amplo no Oriente Médio com consequências potencialmente devastadoras para os civis”, disse ele. “É vital que eles usem suas vozes e influência para trazer as partes em guerra à mesa de negociações para acabar com isso.”