Ataque israelense contra multidão que esperava ajuda humanitária em Gaza deixa ao menos 20 mortos
Número de feridos passa de 150; governo de Israel nega autoria dos disparos
Camila Stucaluc
Ao menos 20 pessoas foram mortas em um novo ataque israelense na Faixa de Gaza, na noite de quinta-feira (14). A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde local, que disse que as vítimas estavam entre uma multidão que aguarda a distribuição de ajuda humanitária na rotatória Kuwait, no norte da Cidade de Gaza.
+ Guerra em Gaza matou 12,3 mil crianças em 4 meses
"O número de mortos no massacre na rotunda Kuwait junto ao Complexo Médico Al Shifa aumentou para 20 e 155 feridos", disse o Ministério da Saúde, em comunicado.
Inicialmente, a pasta tinha registrado 14 mortos no ataque em Kuwait, local designado, e autorizado por Israel, para a entrega de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a ação, contudo, aviões e drones israelenses lançaram rajadas de tiros contra a multidão que aguardava o fornecimento de alimentos.
Apesar dos relatos, também compartilhados por moradores, o governo israelense negou a autoria do ataque, dizendo que iria “analisar o incidente”.
Esta não é a primeira vez que as forças israelenses são acusadas de atirar contra a população de Gaza durante a distribuição de ajuda humanitária. No dia 29 de fevereiro, as autoridades palestinas disseram que os soldados abriram fogo contra civis que esperavam a entrega dos suprimentos no norte da região, matando mais de 100 pessoas.
+ Israel planeja enviar palestinos de Rafah para "ilhas humanitárias" antes de ofensiva terrestre
Na data, o governo israelense negou, por meio do porta-voz Daniel Hagari, o ataque, alegando que houve dois incidentes. No primeiro, dezenas de pessoas foram mortas ou feridas enquanto tentavam receber ajuda, sendo pisoteadas. Já o segundo foi causado pelo tumulto dos civis, que “ameaçou” as tropas israelenses e causou os disparos.