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A tensão no Oriente Médio e o desafio eleitoral para democratas e republicanos

Eventos internacionais em cascata parecem minar a cobertura jornalística das eleições, vistas como uma das mais importantes da história dos EUA

A tensão no Oriente Médio e o desafio eleitoral para democratas e republicanos
Kamala Harris e Donald Trump | Reprodução/Twitter
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Washington, D.C. – A menos de vinte dias para as eleições, vistas como uma das mais importantes da história dos Estados Unidos, a manchete nos principais jornais é sobre o Oriente Médio.

“O líder do Hamas está morto, confirma Israel”, publicou o Washington Post e outros jornais nesta quinta-feira (17), minutos antes das coletivas de imprensa remarcadas para horários quase coincidentes.

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A entrevista com o porta-voz do Departamento de Estado estava prestes a começar quando a Casa Branca emitiu um comunicado com o posicionamento do presidente sobre o assunto.

Logo depois, o Pentágono anunciou que a representante do Departamento de Defesa falaria com os jornalistas.

Essa não é a descrição de um dia atípico nos bastidores da notícia na capital americana. Há semanas, o noticiário segue o ritmo dos eventos que se desenrolam a milhares de quilômetros de distância.

A explosão dos pagers no Líbano, a incursão militar israelense por terra e pelo ar em Beirute e proximidades, o ataque iraniano contra Tel Aviv e o iminente contra-ataque ordenado por Netanyahu.

Eventos internacionais em cascata que parecem minar a cobertura da campanha eleitoral, pelo menos com a grandeza que deveria ter.

O povo americano está dividido. Pesquisas recentes apontam para um empate quase técnico entre Kamala Harris e Trump em seis estados decisivos.

O republicano segue em campanha, visitando locais diferentes dos percorridos por seu candidato a vice, JD Vance, que participou há algumas semanas do primeiro debate televisionado com Tim Walz.

Logo no início, a pergunta das apresentadoras da CBS foi justamente sobre o Oriente Médio, já que o ataque ordenado por Terra ocorreu naquele dia, 1º de outubro.

Coube ao democrata responder: se já estivesse eleito, apoiaria ou não uma resposta militar israelense contra o Irã?

Walz rodeou com uma resposta que parecia decorada e não abordou diretamente a questão. Vance afirmou que a decisão cabe a Israel e que os Estados Unidos, como aliados, devem apoiar o que for decidido.

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Casa Branca emitiu um comunicado sobre posicionamento do presidente antes de entrevista com porta-voz | Departamento de Estado EUA/Patricia Vasconcellos/SBT
Casa Branca emitiu um comunicado sobre posicionamento do presidente antes de entrevista com porta-voz | Departamento de Estado EUA/Patricia Vasconcellos/SBT

A pressão nas campanhas Democrata e Republicana cresce

Com a missão de convencer os indecisos e reverter os números das pesquisas, as campanhas democrata e republicana enfrentam uma pressão esperada e óbvia.

+ Todas as colunas de Patrícia Vasconcellos

Como dar destaque aos temas domésticos em um momento em que a pressão internacional, gerada pelas guerras em Gaza, agora também no Líbano e entre Ucrânia e Rússia, parece sem solução clara?

Na primeira entrevista concedida à Fox News, Kamala Harris foi indagada essencialmente sobre imigração, questões de gênero, a saúde mental de Biden e a retórica de Trump.

Como vice-presidente, Kamala vê diariamente o desafio de se pronunciar como presidenciável.

“É uma chance de acabar com a guerra em Gaza”, afirmou ela logo após o anúncio da morte do líder do Hamas, responsável pelos ataques contra Israel em 2023, nesta quinta-feira (17).

Mostrar uma linha de raciocínio diferente da de Biden, liderar e demonstrar independência é o que Kamala precisa para conquistar a confiança daqueles que acreditam que ela será apenas uma continuidade do governo atual.

Para Trump, a tarefa de demonstrar liderança nos temas internacionais tem sido aproveitada em todos os momentos.

Quando recebeu Zelenskyy, a campanha republicana exibiu um vídeo com a clara intenção de mostrar comando. Trump e Zelenskyy aparecem no vídeo de uma porta que se abre lentamente, caminhando em direção à câmera.

A cada notícia sobre o Oriente Médio, Trump se pronuncia, reafirmando diversas vezes que, sob seu comando, os Estados Unidos colocarão fim às guerras.

Ao final, os americanos, assim como cidadãos de qualquer outra parte do mundo, têm interesse essencialmente em saber quem demonstrará liderança nas questões nacionais, como economia, empregabilidade e segurança pública.

Desafios que o próximo líder, a partir de janeiro do próximo ano, precisará mostrar que é capaz de enfrentar.

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