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COP28 aprova transição de combustíveis fósseis para fontes de energia limpas

Acordo foi apoiado por todos os 198 países presentes na conferência; objetivo é alcançar zero emissões líquidas até 2050

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Reprodução/Instagram
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A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, terminou com um acordo histórico para reduzir o consumo global de combustíveis fósseis e acelerar a transição energética. O anúncio foi feito na manhã desta 4ª feira (13.dez), pelo presidente do evento, Sultan Al Jaber.

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O acordo, apoiado por todos os 198 países presentes na conferência, convoca uma clara e universal transição energética renovável, visando triplicar a capacidade de fontes de energias mais limpas, como a solar, até 2030. O objetivo é diminuir drasticamente o uso de carvão para atingir a meta de zero emissões líquidas até 2050.

A resolução foi comemorada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que reforçou a importância de acabar com os combustíveis fósseis para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global. Segundo ele, a meta irá auxiliar a limitar o aumento da temperatura global em 1,5º C até 2100, conforme o Acordo de Paris.

"Para aqueles que se opuseram a uma referência clara à eliminação gradual dos combustíveis fósseis durante a Conferência do Clima, quero dizer: quer você goste ou não, a eliminação gradual dos combustíveis fósseis é inevitável. Vamos torcer para que não chegue tarde demais", disse Guterres.

Apesar de o prazo estabelecido pelo Acordo de Paris ser 2100, a meta de 1,5º C conseguirá ser cumprida apenas se os países conseguirem reduzir ao menos 50% das emissões até 2030. Caso o objetivo não seja alcançado, o mundo terá cada vez mais eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e ondas de calor severas. O rápido derretimento das geleiras também aumentará o nível do mar, fazendo com que cidades costeiras desapareçam.

Bom, mas ainda insuficiente

Cientistas comemoram o acordo de transição energética, mas alertaram que as metas ainda são insuficientes para chegar a um futuro com zero emissões líquidas até 2050. Um deles foi Andrew Deutz, diretor de Política Global e Financiamento para a Conservação da ONG The Nature Conservancy, que disse que o mundo precisa de um salto maior para conter a crise climática.

O mesmo foi dito por Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, que apontou controvérsias entre o acordo e a ambição de determinados países.

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"A menção no texto da conferência de substituição do uso de combustíveis fósseis é inédita, mas totalmente em desacordo com a realidade de países que projetam um aumento em suas fontes sujas de energia que é 100% maior do que o permitido pelos limites do Acordo de Paris. Os países agora precisam decidir que verdade irá prevalecer: a do texto da COP, ou a dos seus planos de explorar cada vez mais petróleo, carvão e gás", disse.

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