Violência contra mulher é obstáculo ao desenvolvimento, diz secretário-geral da ONU
No Brasil, número de feminicídios no 1º semestre superou os de 2022; no ano passado, crime foi recorde
"É persistente, generalizada e está piorando". Com essas palavras, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um posicionamento em defesa do combate à violência contra a mulher. A data para discutir o problema e buscar eliminação é celebrada internacionalmente neste sábado (25.nov). E o Brasil chega ao dia com números de feminicídio que se aproximam a 2022, ano em que o crime foi recorde no país.
Até setembro de 2023, foram ao menos 1,1 mil mulheres assassinadas apenas pelo fato de serem mulheres, de acordo com dados do Monitor dos Feminicídios no Brasil, aos quais o SBT News teve acesso. São quatro feminicídios por dia, em média, no Brasil nos últimos três anos.
De janeiro a junho, o Monitor dos Feminicídios no Brasil contou 708 mulheres mortas, vítimas desse tipo de crime. A indicação é que o crime bata o recorde, ou se equipare ao ano de 2022. A nível mundial, a estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) é que cerca de 1 a cada 5 meninas sofreu recentemente algum tipo de violência por parte de um parceiro.
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Como forma de controle, Guterres faz um apelo em nome da ONU para aumento da proteção de direitos das mulheres, por meio de políticas em todas as áreas. Além de mais investimento para prevenção e apoio a organizações que atuam no combate à violência, fim da impunidade a agressores e apoio para mais lideranças femininas.
"A violência contra as mulheres é uma terrível violação dos direitos humanos, uma crise de saúde pública e um enorme obstáculo ao desenvolvimento sustentável", disse, em discurso ao Dia Internacional. "Vamos construir um mundo que se recuse a tolerar a violência contra as mulheres em qualquer lugar, sob qualquer forma, de uma vez por todas", completou em outro momento.
Eliminação da violência contra mulher
O dia 25 de novembro é reconhecido como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A data foi escolhida em memória das irmãs Mirabal, da República Dominicana. Pátria, Minerva e Maria Teresa foram brutalmente assassinadas durante a ditadura Leônidas Trujillo nesse mesmo dia. Desde março de 1999, as Nações Unidas oficializaram a data em lembrança ao caso.
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