Cessar-fogo temporário na guerra entre Israel e Hamas entra em vigor
Trégua em Gaza deve durar quatro dias e inclui a troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos
Camila Stucaluc
O cessar-fogo temporário na guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas entrou em vigor na madrugada desta 6ª feira (24.nov). A trégua foi acordada em troca da libertação de 50 dos cerca de 240 reféns capturados pelo Hamas no dia 7 de outubro e da soltura de dezenas de palestinos detidos em prisões israelenses.
+ Acompanhe a cobertura da guerra em Israel
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar, que participou das negociações, o primeiro grupo de reféns inclui 13 pessoas, entre mulheres e crianças, e deve ser liberado pelo Hamas na tarde de hoje. A libertação dos palestinos presos em Israel também deve ser feita dentro de um prazo semelhante. As trocas devem ocorrer durante quatro dias.
"Durante os quatro dias, serão coletados dados sobre os reféns restantes, a possibilidade de libertar mais reféns será considerada e o trabalho para estender a pausa. Espero que essa pausa contribua para encontrar uma chance de iniciar mais trabalho no âmbito de alcançar uma trégua e paz permanentes", disse o porta-voz da pasta, Majed bin Mohammed Al Ansari.
Além da troca de reféns, a pausa temporária das hostilidades permitirá a entrada de um número maior de comboios e ajuda humanitária na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito. As ações incluirão o envio de combustível para o abastecimento de geradores de energia, o que deve auxiliar os hospitais que estão em situação de calamidade.
"Foi acordado que haverá um cessar-fogo completo durante a trégua humanitária. Espero que não haja violações por parte de ambas as partes, o que contribuirá para um clima claro para a libertação dos reféns", disse Majed bin Mohammed Al Ansari, ressaltando que o Catar irá garantir a criação de um ambiente adequado para a saída segura dos reféns.
+ Habitantes de Gaza não têm opções para segurança, alerta ONU
Apesar do acordo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país continuará com os esforços de inteligência durante a pausa, permitindo que o exército se prepare para retomar os combates após o término do cessar-fogo. A expectativa do governo israelense é de que a guerra, que já deixa mais de 14 mil mortos, dure mais dois meses ou até quando o Hamas não representar mais uma ameaça para o país.