Calor extremo causou 70 mil mortes na Europa em 2022, diz estudo
Investigação revê estimativa de mortalidade associada às altas temperaturas do verão passado
O número de mortes relacionadas ao calor durante o verão de 2022 na Europa pode ter ultrapassado 70 mil, segundo estimativa do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal). O estudo, divulgado nesta 3ª feira (21.nov), corrige um balanço publicado anteriormente, que apontava para 62,8 mil óbitos devido às temperaturas de 40ºC.
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Para rever os resultados, os investigadores aplicaram uma análise exaustiva dos dados, recolhendo séries diárias de temperatura e mortalidade em 147 regiões de 16 países europeus entre 1998 e 2004. Os dados foram comparados conforme as estimativas de mortalidade relacionadas com o calor e com o frio a diferentes níveis de classificação: semanas, quinzenas e meses.
Para o período em questão, o modelo de dados diários estimou uma mortalidade anual relacionada ao frio e ao calor de 290.104 e 39.434 mortes prematuras, respectivamente, enquanto o modelo semanal subestimou esses números em 8,56% e 21,56%.
De acordo com os cálculos feitos agora por meio da abordagem metodológica, a mortalidade em 2022 teria sido subestimada em 10,28%. Isso significa que o número verdadeiro de óbitos relacionados com o calor durante o ano de 2022 seria de 70.066 e não de 62.862 como apontado anteriormente pelo instituto.
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"Em geral, descobrimos que o uso de dados agregados mensais não permite estimar os efeitos de curto prazo das temperaturas ambientes. Por outro lado, o uso de dados semanais oferece precisão suficiente nas estimativas de mortalidade para serem utilizadas na prática em tempo real na vigilância epidemiológica e na geração de políticas públicas, como a ativação de planos de emergência para prevenir os impactos das ondas de calor e frio", explica Joan Ballester Claramunt, pesquisador do ISGlobal.