Lula comenta as eleições na Argentina e exalta país vizinho
Presidente evitou defender algum candidato, apesar do PT ter publicado apoio oficial a Sergio Massa
Wagner Lauria Jr.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou a Argentina, nesta 3ª feira (14.nov), ao comentar a disputa eleitoral que acontece no país vizinho, entre Javier Milei e Sergio Massa. As declarações foram dadas durante o programa semanal Conversa com o Presidente.
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Apesar do Partido dos Trabalhadores (PT) ter publicado apoio oficial a Massa no último dia 5 deste mês, o petista evitou se posicionar a favor de algum candidato e disse que os argentinos precisam de alguém que "goste de democracia" e "respeite as instituições".
"Eu não posso falar de eleição na Argentina porque é um direito soberano do povo. Mas eu queria pedir para vocês, que se lembrem de que o Brasil precisa da Argentina e de que a Argentina precisa do Brasil; dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil, do fluxo comercial entre dois países e de quanto nós podemos crescer juntos. Para isso é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeita as instituições.", disse Lula
Além disso, Lula defendeu a "criação de um bloco importante" na América do Sul para negociar com outros países.
"Hoje o mundo está dividido em blocos. É o bloco europeu, é o bloco asiático. Precisamos criar o nosso bloco para negociar comercialmente com o resto do mundo. Poderemos fazer um acordo da América do Sul ou do Mercosul com a China, com a União Europeia, com os Estados Unidos. Agora, para isso, temos que estar juntos. Se a gente briga, a gente não vai a lugar nenhum", afirmou o presidente
Durante o programa, o presidente reforçou a importância da Argentina para o Brasil ao dizer que esse foi o 1° país que visitou depois de suas vitórias nas eleições em 2002 e 2022. Além disso, falou dos diálogos estabelecidos entre Raúl Alfonsín e José Sarney, no fim da década de 1980, "criando o Mercosul", também citou sua relação com os ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner e relembrou dados do fluxo comercial entre os dois países durante seus primeiros governos.
"Quando eu entrei na presidência em 2003, o fluxo comercial entre Brasil e Argentina era de $ 7 bilhões, quando eu deixei a presidência em 2010, era de $ 39 bilhões", ressaltou