Após aumento de ataques israelenses, hospitais deixam de funcionar no norte de Gaza
Bombardeios provocou danos nas unidades de saúde, que já sofriam com falta de insumos e energia
Camila Stucaluc
Todos os hospitais da Cidade de Gaza, localizada no norte da Faixa de Gaza, suspenderam os serviços na manhã desta 2ª feira (13.nov). A informação foi dada pelo vice-ministro da saúde do enclave palestiniano, Youssef Abou Rich, em entrevista à agência AFP. Segundo ele, a paralisação dos serviços se deve ao aumento dos bombardeios israelenses.
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Isso porque, desde a última 6ª feira (10.nov), Israel vem intensificando os ataques em torno dos hospitais na Cidade de Gaza - atual centro dos combates. As tropas afirmam que as unidades de saúde estão sendo usadas pelo grupo extremista Hamas para atacar Israel.
Com isso, os hospitais, que já registravam falta de insumos básicos e de eletricidade, sofreram danos estruturais, impactando a realização dos atendimentos. Seis bebés prematuros e nove pacientes em cuidados intensivos morreram devido à falta de eletricidade no hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, que também não está mais funcionando.
Ao mesmo tempo, a agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados na Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) afirmou que a Marinha de Israel atingiu uma das instalações no sul de Gaza, mesmo após a entidade compartilhar as coordenadas do local com as autoridades israelenses. O ataque causou danos significativos ao refúgio de civis.
"Este recente ataque é mais uma indicação de que nenhum lugar em Gaza é seguro. Nem o norte, nem as áreas médias e nem o sul", disse o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.
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O atual cenário fez a União Europeia emitir um pedido para pausas humanitárias imediatas em Gaza, bem como a instalação de corredores humanitários para conter a crise na região. No texto, o bloco europeu condenou o fato do Hamas utilizar hospitais como escudos humanos, mas disse que ações para chegar aos civis são urgentes.