Cultivo de ópio cai 95% após proibição no Afeganistão, diz ONU
A papoula opioide é matéria-prima da heroína. Queda trouxe consequências humanitárias para comunidades rurais vulneráveis do país
Wagner Lauria Jr.
O cultivo de papoula opioide, mais conhecido como ópio, matéria-prima da heroína, despencou aproximadamente 95% no Afeganistão, desde a sua proibição em abril de 2022 pelo grupo fundamentalista Talibã, que comanda o país. O dado foi divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), nesta 5ª feira (09.nov).
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De acordo com a ONU, a produção saiu de mais de 6 mil toneladas em 2022 para 333 toneladas neste ano. Para a diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, "isto representa uma oportunidade real para avançar em direção a resultados de longo prazo contra o mercado ilícito de ópio e os danos que ele causa local e globalmente".
Portanto, ela aponta que, apesar dos avanços contra o mercado ilícito, o país precisa "desesperadamente" de um forte investimento em meios de subsistência sustentáveis, para oferecer aos agricultores afegãos oportunidades longe do ópio. 80% da população do Afeganistão depende da agricultura.
Como consequência direta da proibição da papoula opioide, também diminiuiu a produção de heroína e dados indicam que, no momento, para enfrentar a escassez em 2023 causada pela medida.