"Não podemos fazer nosso trabalho sem passagem segura", diz Cruz Vermelha em Gaza
Equipes apelaram pela criação de um corredor humanitário para o envio de suprimentos médicos
Camila Stucaluc
Funcionários da Cruz Vermelha que atuam na Faixa de Gaza fizeram um apelo, neste sábado (14.out), pela abertura de um corredor humanitário. As equipes afirmaram que os suprimentos médicos estão quase se esgotando em meio ao isolamento imposto pelo exército israelense, o que irá prejudicar até mesmo os serviços mais básicos.
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"Os civis sempre pagam o preço mais alto em conflitos. Neste momento crítico, instamos as partes a respeitarem suas obrigações sob o Direito Internacional Humanitário e a tomarem todas as medidas possíveis para evitar que os civis sofram mais danos. Estamos na Faixa de Gaza e prontos para ajudar, mas não podemos fazer nosso trabalho sem garantias de passagem segura e acesso aos nossos suprimentos", dizem os funcionários.
A Faixa de Gaza é um território palestino de 41 km de comprimento e 10 km de largura, que faz fronteira com Israel e Egito. O local, que tem o território menor que a cidade do Rio de Janeiro, é abrigo de 2,1 milhões de pessoas e está entre os alvos constantes do exército israelense na guerra contra o grupo Hamas. Mais de 2 mil pessoas já morreram no local.
A situação na região se tornou ainda mais crítica após a ordem de evacuação de Israel, que obrigou todos os palestinos da Cidade de Gaza a irem ao sul da Faixa de Gaza. O prazo para a retirada dos moradores acabou às 10h de hoje (no horário de Brasília), permitindo o início da ofensiva terrestre por militares israelenses, que procuram integrantes do Hamas no local.
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"Estamos prontos para fazer tudo o que pudermos para ajudar, inclusive em nosso papel de intermediário neutro. Os trabalhadores devem ter livre passagem para ajudar os necessitados. As instalações médicas e o pessoal médico nunca devem ser visados", reforçou Mirjana Spoljaric, Presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
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