Hospitais na Faixa de Gaza estão "em ponto de ruptura", alerta OMS
Entidade afirmou que escassez de suprimentos forçará paralisação de serviços básicos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta 6ª feira (13.out), que as unidades de saúde na Faixa de Gaza estão "em ponto de ruptura". Pelas redes sociais, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, fez um apelo para que Israel e o grupo Hamas entrem em acordo para abertura imediata de um corredor humanitário na região.
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"Os hospitais em Gaza estão em um ponto de ruptura. Sem a entrada imediata do auxílio, os serviços essenciais de saúde serão paralisados", escreveu Adhanom.
O chefe da OMS comentou ainda sobre a ordem de evacuação de Israel, que deu o prazo de 24h para que os moradores deixem a Cidade de Gaza em direção ao sul da Faixa de Gaza. Segundo ele, o evacuamento em massa pode resultar em impactos desastrosos para pacientes e profissionais da saúde, uma vez que o país está quase sem suprimentos.
"Visitei Gaza em 2018. O acesso ao atendimento já era difícil. Sei em primeira mão que uma evacuação em massa para o sul do enclave seria desastrosa - para pacientes, profissionais de saúde e outros civis deixados para trás ou apanhados num movimento de massas perigoso e talvez mortal. Apelamos para a reversão da decisão", disse Adhanom.
O mesmo foi pedido pelo porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, que informou que os hospitais têm apenas algumas horas de eletricidade por dia, impactando no atendimento dos pacientes. Ele disse que os procedimentos mais críticos são feitos com a ajuda de geradores, mas que os equipamentos devem ficar sem energia em alguns dias.
"O impacto seria devastador para os pacientes mais vulneráveis, incluindo os feridos que precisam de cirurgias críticas, pacientes em unidades de terapia intensiva e recém-nascidos dependentes de cuidados em incubadoras", afirmou Jasarevic.
A Faixa de Gaza é um território palestino de 41 km de comprimento e 10 km de largura, que faz fronteira com Israel e Egito. O local, menor que a cidade do Rio de Janeiro, é abrigo de 2,1 milhões de pessoas, que atualmente estão sofrendo com o desabastecimento de água, energia, alimentos e combustível devido ao isolamento feito pelo exército israelense, além de bombardeios diários.
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Na 5ª feira (12.out), o governo do Egito, bem como organizações internacionais, apelaram para que Israel liberasse o acesso à Faixa de Gaza para ajuda humanitária. O mesmo foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que conversou por telefone com o líder isralense, Isaac Herzog, pedindo que inocentes não sejam vítimas do conflito.