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"Resistência": você mataria uma criança para salvar o mundo?

Filme que estreia nesta semana instiga o público a pensar sobre os dilemas da inteligência artificial

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Confronto humano versus máquina não é novidade no cinema
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Fãs de ficção científica, este deve ser o filme do ano para vocês. A propagação da inteligência artificial generativa, nos últimos meses, esquentou os dilemas éticos sobre qual o avanço que devemos permitir para que sigamos seguros como seres humanos neste confronto com as máquinas. Mas o que é certo é que não há retorno e ela está aqui. Mas como será daqui a 50 anos? O filme "Resistência" que estreia nesta quinta, dia 28, aborda este tema e pensar nisso é muito oportuno neste momento.

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O confronto humano versus máquina não é novidade no cinema. Os dilemas éticos de até onde devemos ir, também não. Mas, "Resistência" cai como uma luva neste momento que pede direção e regulação. Este, que é um dos maiores lançamentos do ano, fala justamente sobre um tema que colocou roteiristas e atores em greve em Hollywood: o uso da inteligência artificial e até onde iremos. O momento é uma coincidência, garantiu o diretor Gareth Edwards que escreveu o roteiro há alguns anos e não imaginaria que tantas ferramentas seriam lançadas meses antes da estreia do filme. 

Edwards ficou conhecido por dirigir "Rogue One: Uma história Star Wars" (2016) e "Godzilla" (2014) e, agora na sua própria trama de ficção científica, quis nos levar a sentir o ponto de vista das máquinas, mas com um significado mais profundo. 

"A ficção científica é sempre uma metáfora e provavelmente um dos melhores gêneros para fazê-la, porque tudo é realmente uma metáfora para outra coisa. Em nosso filme, a inteligência artificial e os robôs representavam pessoas que são diferentes de você, outras pessoas que muitas vezes vemos como inimigas. A ideia é: como você se sentiria se fosse a inteligência artificial? De certa forma você provavelmente se sente um escravo dos humanos e que éramos os bandidos. Então eu queria criar uma história que lançasse um herói naquele mundo e os fizesse questionar todos os seus preconceitos", diz Edwards.

O enredo se passa em um futuro não muito distante, na medida em que os Estados Unidos travam uma guerra contra a inteligência artificial. Um atentado à cidade de Los Angeles que matou milhões é o gatilho para a busca do inimigo e da maior arma por trás da destruição. Aí vem o maior dilema, o que você faria se para salvar o mundo tivesse que matar uma criança?

"Não gosto de filmes que pregam conceitos para o público. Acho que todo mundo que assiste a um filme em que manda mensagens forçadas demais, você meio que rejeita isso. Então, quando você escreve um filme, se você sentar e pensar: vou fazer um filme sobre preconceito. Você vai fazer um filme terrível. Então o que você tem que fazer é encontrar algo que lhe interesse. O que achei realmente interessante é a ideia de que você pode salvar a humanidade, como a IA está dominando o mundo, tudo o que você precisa fazer para salvar a humanidade é matar esse grande avanço, essa super IA que será a primeira e única coisa que poderá superar a humanidade. O problema é que ela tem a forma de uma criança de seis anos. Eu realmente gosto desse dilema: você mataria uma criança para salvar o mundo? E essa foi a premissa original e quando você começa a escrever, na metade da produção de um filme, começamos a perceber sobre do que o filme realmente trata, qual é o significado oculto", conta o diretor.

O longa segue os passos de Joshua (John David Washington), um agente especial que se vê diante desse impasse de abraçar ou destruir a menina-robô Alfie (Madeleine Yuna Voyles). 

O diretor revelou que com essa história quis honrar grandes clássicos da ficção científica, e você vai poder reconhecer muitos deles na tela, mas também retratar nosso conflito existencial, entre razão e emoção, amor e guerra, humanidade e inteligência artificial. 

"Eu queria fazer uma ficção científica, com robôs e tudo mais, mas o objetivo final é levar o público a esta jornada onde eles podem entrar com preconceitos sobre o tipo de filme que vão ver, o que pensam sobre IA e toda a tecnologia. Porém, o público será sugado a algo mais, a esse problema, com essa criança. Você pode vencer a guerra, você pode salvar o mundo, basta matar essa criança. Isso é tudo que você precisa fazer, mas a criança parece bastante real, você gosta da criança. A audiência também realmente luta, como nosso personagem central com esse relacionamento. A gente quer levar o público a essa jornada também na qual o público não vai saber o que fazer também", fala o cineasta.

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