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Brasil insiste na regulação de robôs assassinos; ONU admite trava no debate

Sem consenso, diplomatas brasileiros tentam transferir negociação sobre armas autônomas para Nova York

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homem branco discursa na ONU
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Um ponto do discurso do secretario-geral da ONU, António Guterres, quase passou despercebido na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, na 5ª feira (21.set). Depois de falar sobre pandemia, crise climática, desigualdade, golpes militares e divisão de gênero, o português, quase no final da apresentação, admitiu que não há consenso sobre a regulação de armas autonômas, também conhecidas como "robôs assassinos".

O que ele disse: "As armas autônomas podem hoje escolher alvos e matar pessoas sem interferência humana. Elas deveriam ser banidos. Mas não há consenso sobre como regulamentar essas tecnologias".

POR QUE ISSO IMPORTA PARA VC? O uso disseminado de drones em ataques na guerra da Ucrânia trouxe o alerta de urgência para negociadores internacionais. Já há indícios de que armas letais autonômas estão em operação. Documento produzido por integrantes do Conselho de Segurança da ONU revela que um drone modelo Kargu-2, de propriedade do governo da Líbia, perseguiu por conta própria um "alvo humano", em março de 2020.

O QUE ESTÁ EM JOGO? Negociadores brasileiros do Grupo de Especialistas Governamentais (GEG) em armas letais autônomas tentam transferir as negociações sobre os "robôs assassinos" do escritório das Nações Unidas, em Genebra, para a sede da organização, em Nova York. A estratégia é uma tentativa para avançar o acordo de regulação, parado desde 2018 na Europa, considerando que, nos EUA, está o Conselho de Segurança da ONU, um fórum de maior prestígio e hierarquicamente mais forte.

O QUE MUDOU AGORA? Na prática o "sincericídio" de Guterres revela a falta de vontade das grande potências em regular o uso de armas autônomas. Enquanto o Brasil tenta estabelecer regras para o uso, Estados Unidos, Rússia e China deixam provas inequívocas de se sentirem confortáveis com a falta de regulação. Países europeus, como a França e a Inglaterra, defendem alguns princípios para o uso das armas autonômas. "Quando se quiser regular alguma coisa poderá ser tarde demais", disse ao SBT News um diplomata brasileiro que acompanha as tentativas de negociação de perto.

PARA UM MERGULHO MAIS PROFUNDO: "Engenheiros" de armas autônomas usam técnicas de redes neurais profundas (deep learning), porém ainda é uma incógnita para os estudiosos sobre o tema em relação a extensão da autonomia dos drones. Para a construção dos robôs há uma espécie de treinamento de algoritmos em milhares de dados de batalhas e ajustados para atirar sem interferência humana - hoje tal tecnologia é usada por exemplo na defesa de territórios.

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