"Não estou surpreso", diz Biden sobre morte de líder do Grupo Wagner
Presidente norte-americano já havia mencionado possível vingança de Putin por rebelião na Rússia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, na 4ª feira (23.ago), que não ficou surpreso com a morte do líder do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin. Em declaração após briefing diário, o democrata afirmou que, apesar de não saber o que de fato aconteceu, é difícil que algo ocorra sem o conhecimento do presidente Vladimir Putin.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Não sei ao certo o que aconteceu, mas não estou surpreso. Não acontece muita coisa na Rússia que Putin não esteja por trás, mas não sei o suficiente para saber a resposta", disse.
A morte de Prigozhin foi confirmada pelo Kremlin na tarde de 4ª feira (23.ago), após a queda de um jato executivo na região de Moscou. Além do líder dos mercenários, outras nove pessoas estavam a bordo da aeronave, entre tripulantes e passageiros, incluindo o comandante e cofundador do grupo Wagner, Dmitri Utkin. Todos morreram na queda.
Dados de rastreamento de voo mostram que o jato executivo, modelo Embraer Legacy 600, não teve problemas até os últimos 30 segundos de voo, quando sofreu uma uma queda vertiginosa. O Comitê de Investigação da Rússia disse que abriu uma investigação sobre o acidente, assim como a autoridade de aviação civil Rosaviatsia.
Prigozhin, de 62 anos, havia sido visto pela última vez na África, onde disse, por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, estar "trabalhando para libertar o continente e tornar a Rússia ainda maior". O chefe do grupo de mercenários estava em exílio na Bielorrússia desde o final de junho, quando liderou uma rebelião de dois dias contra o governo russo.
O exílio foi acordado após intermédio do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko - forte aliado de Putin -. Pouco depois de sair do território russo, Prigozhin quebrou o silêncio e afirmou que agiu em resposta a um ataque contra o grupo Wagner promovido pelo Ministério da Defesa russo. Segundo ele, a intenção não era derrubar o poder no país.
+ Reino Unido impõe sanções a juízes russos por condenação de opositor de Putin
Em julho, Biden comentou a situação, dizendo que "se fosse Prigozhin, teria cuidado com o que come". O mesmo foi dito pelo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), William Burns, que classificou Putin como "o apóstolo definitivo da vingança". "Eu ficaria surpreso se Prigozhin escapasse de mais represálias por isso", disse.