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Equador vai escolher novo presidente neste domingo em eleição antecipada

A campanha foi marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio e novos tiroteios assustaram o país nas últimas horas

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Os equatorianos vão às urnas neste domingo (20.ago) para eleger um presidente, diante de um clima de violência. Novos tiroteios assustaram o país nas últimas horas. As eleições, antecipadas pelo atual presidente, Guilhermo Lasso, para impedir um processo de impeachment, ficaram marcadas pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, na semana passada (9.ago).

Na manhã deste sábado (19.ago), o candidato a presidente Otto Sonnenholzner disse ter presenciado um tiroteio em frente ao restaurante onde tomava o café com a sua família. Um vídeo postado nas redes sociais, mostra as pessoas assustadas com os tiros na rua.

Francisco Tamariz, prefeito da cidade La Libertad, também denunciou em uma rede social ter sido vítima de um atentado na noite desta 6ª (18.ago). "Tentaram me matar" publicou o prefeito. Segundo ele, seu carro foi interceptado por uma viatura e levou mais de 30 tiros. O veículo do candidato era blindado e ninguém ficou ferido. Tamariz é aliado do ex-presidente Rafael Correa, auto exilado na Bélgica, depois de ter sido condenado por corrupção no Equador.

Em meio a essa tensão, os eleitores vão escolher um novo presidente, seu vice e os 137 legisladores. De um lado da disputa presidencial, está Luisa González, candidata de Rafael Correa. A vitória dela pode abrir o caminho para uma anistia e o retorno dele ao país sem ser preso. Do outro lado, estão os candidatos contrários à volta do ex-presidente ao poder.

Um deles era Fernando Villavicencio, assassinado com três tiros na cabeça durante a campanha. Ele já atuou como jornalista investigativo e fez reportagens que foram determinantes para a condenação de Rafael Correa. O atentado provocou uma reviravolta na corrida eleitoral. Apesar de não se saber o mandante do crime, uma boa parte dos eleitores acredita na teoria da conspiração de que Correa possa ter algum envolvimento. Christian Zurita é o substituto de Villavicencio e também já publicou investigações contra o ex-presidente exilado.

O assunto "violência" dominou o final da campanha. Otto Sonnenholzner promete "devolver a paz" ao Equador. Já o candidato Jan Topic, que é um ex-paraquedista e ex-franco atirador da Legião Estrangeira do Exército Francês, diz que vai acabar com o crime organizado.

Essa é a primeira vez que o Equador enfrenta um processo eleitoral sob a chamada "Morte Cruzada", um mecanismo constitucional que permite ao presidente dissolver o parlamento e chamar novas eleições gerais. O atual presidente, Fuillermo Lasso, tomou essa decisão para evitar um impeachment. Os eleitos neste domingo ficarão no poder somente até maio de 2025.

Até 2018, o Equador era considerado um país relativamente seguro. Mas, em apenas cinco anos, a taxa de homicídio mais do que quadruplicou, passando de seis para 26 mortes por cada 100 mil habitantes. Tudo indica que esse número vai passar de 40 neste ano, fazendo o Equador superar a Venezuela, até agora o país mais violento da América Latina.

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