Moradores do Níger pedem recrutamento em massa de voluntários para Exército
Campanha acontece em meio à ameaça de intervenção de países africanos contrários ao golpe
Camila Stucaluc
Moradores do Níger irão realizar, a partir de sábado (19.ago), um recrutamento em massa de voluntários para o exército. A iniciativa acontece em meio à ameaça de intervenção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que aprovou o envio da chamada "força de prontidão" para restaurar a ordem constitucional no país.
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A campanha de recrutamento será lançada em Niamey, capital, bem como em cidades onde os países africanos podem entrar - sobretudo em fronteiras. Qualquer maior de 18 anos poderá se inscrever, optando por trabalhos como cuidados médicos, inteligência e batalha. A iniciativa visa auxiliar a junta militar, que tomou o poder do país no fim de julho.
Apesar de ter autorizado o envio da "força de prontidão" ao Níger, os líderes do Cedeao devem se reunir novamente nesta semana para debater os planos de intervenção. A opção foi considerada após a junta militar ignorar as aberturas diplomáticas e não respeitar o prazo dado pelo bloco para liberar e reintegrar o presidente deposto Mohamed Bazoum.
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A tomada de poder no Níger deixou o cenário da África Ocidental mais tenso. Isso porque ao mesmo tempo que os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal já confirmaram a disponibilidade dos exércitos para invadir o país, as juntas militares de Burkina Faso e Mali alertaram que qualquer intervenção será considerada uma "declaração de guerra".