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De volta ao velho oeste com o veterano Walter Hill

"Caçadores de Recompensas" (Dead for a Dollar) chega ao Brasil direto nas plataformas de aluguel de filmes

Imagem da noticia De volta ao velho oeste com o veterano Walter Hill
'Dead for a Dollar' traz à vida a busca implacável de vingança, onde balas voam e segredos obscuros são revelados
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Um faroeste como nos velhos tempos. Esse filme é para quem quer ser transportado ao velho oeste em uma história escrita e dirigida por Walter Hill, uma das lendas vivas do cinema norte-americano. O longa, do cineasta de 83 anos, "Dead for a dollar" - ou "Caçadores de Recompensas", em português, no Brasil, chega direto nas plataformas de aluguel de filmes, sem passar pelo cinema.

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Nós conversamos com o diretor e com o elenco estrelado que participou desse projeto ambicioso de voltar no tempo, mas que fala também de um assunto, que - infelizmente -  sempre é atual, a violência doméstica.

O ano é 1897. Max Borlund - vivido pelo ator austríaco Christoph Waltz - é um famoso caçador de recompensas e é contratado para uma nova missão: rastrear a esposa de um político que teria sido sequestrada. 

Borlund vai rumo ao México à procura da mulher, papel interpretado por Rachel Brosnahan, que está em uma jornada solitária, de violência, abusos e poder.

Christoph Waltz é o famoso caçador de recompensas Max Borlund  | Reprodução/Quiver Distribution

Em paralelo, se desenrola uma história de inimigos, encontros, desencontros e revelações.

Joe, personagem de Willem Dafoe, anos antes foi enviado para a prisão pelo caçador de recompensas. Em liberdade, tudo o que ele quer é se aposentar, aproveitar o tempo que lhe resta, mas se depara com as coincidências da vida.

O elenco recebeu o SBT News em Los Angeles para uma conversa exclusiva.

O cineasta Walter Hill, diretor de clássicos como "Ruas de Fogo" e "Warriors: Os Selvagens da Noite" e de faroestes que entraram para a história da sétima arte como "Gerônimo" nos revelou de onde veio a paixão pelo gênero.

"Acho que essa paixão foi passada para mim quando criança, eu já amava o gênero quando era um garotinho, mas há algo mais sobre isso. Agora vejo que os faroestes são parte de nossa cultura. Percebi isso, quando o cara mais rico do mundo foi para o espaço, Jeff Bezos. Quando ele tirou o capacete espacial, ele colocou um chapéu de cowboy. Não é exatamente um tipo de cowboy. Então, está difundido em nossa cultura, nos identificamos com ele e agora faz parte da cultura mundial, realmente, especialmente graças aos filmes italianos dos anos 1960 e 1970, acho que eles expandiram o gênero para um novo patamar".

Willem Dafoe trabalhou com Hill em "Ruas de Fogo", em 1984, e quase 40 anos depois retornou ao set com o diretor e nos revelou como foi entrar nesse cenário de bangue-bangue e cowboys.

"Este é um faroeste tardio, bastante tardio, então nunca me senti como um cowboy. Meu personagem não é realmente um cowboy. Ele é meio que um cara urbano em um ambiente menos urbano. E acho que isso é parte do atrativo de um faroeste. O mundo é meio que bem aberto, sua relação com a natureza. É uma espécie de ilegalidade que permite brincar com essa moralidade. Uma metáfora meio brega, mas você os vê pegando as cartas e então você vê como eles as jogam e essa é a beleza disso. É muito elementar, muito simples. E acho que todos nós nos relacionamos com isso do jeito que você se relaciona com alguém que pratica um esporte, por exemplo, ou joga um jogo, estamos com eles, nos identificamos com eles e é divertido", diz Dafoe.

Pode parecer que tudo é um equilíbrio entre quem é o bandido, quem é o mocinho, entre o bem e o mal. Mas, os atores dizem ser preciso ir além. 

"Bem, se isso for suficiente para você, então você pode escolher. Mas você sabe, as pessoas estão mais interessadas em tentar se aprofundar um pouco mais no assunto, o que a história deve transmitir? Além disso, eu realmente não conheço pessoas que tenham apenas uma qualidade. Então, o ser humano é uma mistura e a receita do coquetel que faz a diferença", diz Waltz.

Walter Hill, uma das lendas vivas do cinema norte-americano. | Reprodução/Quiver Distribution

"Eu acrescentaria, essa é a beleza deste filme. O gênero é muito simples. Nós sabemos razoavelmente o que vamos ter. Haverá um jogo do bem contra o mal e haverá um confronto no final. Essa é a beleza de assistir a um faroeste. Mas o que Walter fez foi adicionar muita complexidade às caracterizações. As pessoas não são claramente preto e branco, há áreas de cinza em cada uma delas. Elas são muito quem são. Elas não dão desculpas e Walter é o autor da história, não as julga. Ele apenas deixa isso acontecer em toda a sua humanidade, boa e ruim", completa Benjamin Bratt.

Walter Hill destaca ainda a dificuldade de hoje em dia conseguir fazer um filme de faroeste, com limitações de tempo e orçamento, mas garante que no final, tudo vale a pena.

"É um prazer poder ganhar a vida fazendo cinema e trabalhando com atores que contam uma história. E eu tenho sido um sujeito muito afortunado. Só pra dizer que é por esse motivo que ainda estou aqui", finaliza Hill.

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