Líderes africanos aprovam intervenção militar no Níger
Golpe militar prendeu o presidente do país. Golpistas descumpriram ultimato dos países vizinhos
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) aprovou o envio do que chama de "força de prontidão", para restaurar a ordem constitucional no Níger. A decisão foi tomada depois que os golpistas ignoraram o ultimato do bloco, que exigia que o presidente deposto Mohamed Bazoum fosse solto e reconduzido ao cargo até o dia 6 de agosto.
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Horas antes do anúncio, fontes disseram à agência de notícias Associated Press que os militares que tomaram o poder no Níger ameaçaram matar Bazoum, caso os países vizinhos tentassem qualquer intervenção.
O bloco, que conta com 15 países, não se manifestou sobre as supostas ameaças e nem informou quando e para onde pretende enviar as tropas. Nigéria, Costa do Marfim e Benin já confirmaram a participação e o envio de soldados.
A crise política no Níger arrasta-se há mais de duas semanas. No dia 26 de julho, militares liderados pelo general Abdourahmane Tchiani prenderam o presidente eleito democraticamente e declararam estado de exceção. Dias depois, a Constituição do país foi anulada e órgãos do governo foram fechados, assim como as fronteiras e o espaço aéreo.
A União Africana expressou apoio à decisão da CEDEAO e também exigiu a libertação imediata de Bazoum. O grupo marcou uma reunião para discutir a situação do Níger, na 2ª feira (14.ago). A França e os Estados Unidos, que têm bases militares no país, disseram que apoiam todas as decisões tomadas pelos líderes africanos, sem citar diretamente a intervenção militar.