Níger fecha espaço aéreo para evitar intervenção de países africanos
Junta militar também recrutou forças de defesa e segurança em meio a temores
Camila Stucaluc
Os militares do Níger, que tomaram o poder do país em julho, decidiram fechar o espaço aéreo temporariamente a partir desta 2ª feira (7.ago). Em comunicado televisivo, a junta militar informou que a medida foi tomada em meio à ameaça de intervenção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) - contrária ao golpe.
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"Diante da ameaça de intervenção que se torna mais evidente, o espaço aéreo nigerino está fechado", disse um representante da junta militar. "As forças armadas do Níger e todas as nossas forças de defesa e segurança, apoiadas pelo apoio infalível do nosso povo, estão prontas para defender a integridade do nosso território", acrescentou.
O temor de uma possível intervenção acontece após o Cedeao exigir a libertação e reintegração do presidente Mohamed Bazoum, capturado pela Guarda Presidencial, em até uma semana. Como o prazo venceu no domingo (6.ago), os militares do Níger agora temem novas ações do bloco, que já prometeu usar "as forças necessárias para restaurar a democracia" no país.
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O fechamento do espaço aéreo do Níger deve impactar os voos de emergência gerenciados por países europeus, que, desde a última semana, vêm recomendando a evacuação dos cidadãos residentes no país. França e Itália também vinham ajudando na saída de norte-americanos e brasileiros, uma vez que a situação no local agora é de incerteza.