Estrangeiros fazem fila para deixar Níger após golpe militar
França, Itália, Espanha e Alemanha recomendaram evacuação devido ao fechamento do espaço aéreo

Camila Stucaluc
Estrangeiros europeus fizeram fila no aeroporto de Niamey, capital do Níger, para tentar sair do país nesta 4ª feira (2.ago). A movimentação acontece após França, Itália e Espanha anunciarem a evacuação dos seus cidadãos da nação - vítima de um golpe de Estado na última semana. Mais de 350 pessoas já deixaram o país.
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Segundo o Ministério da Defesa italiano, alguns norte-americanos também estão deixando o Níger com ajuda dos europeus. No último voo comandado pelo país, por exemplo, foram transportados 99 passageiros, sendo 21 residentes dos Estados Unidos. A Alemanha, por sua vez, encorajou os cidadãos a deixarem o país em voos franceses.
A corrida para sair do Níger ocorre devido ao fechamento do espaço aéreo pelos militares. A ação faz parte do golpe de Estado, que também resultou na imposição de um toque de recolher temporário para os moradores. Até o momento, ao menos seis políticos do antigo governo foram detidos, incluindo o ex-presidente Mohamed Bazoum.
Em reunião extraordinária, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) exigiu a libertação e reintegração imediata de Bazoum em até uma semana. Caso contrário, o grupo afirmou que usará "a força necessária" para assegurar a democracia no país. A Organização das Nações Unidas (ONU) segue tentando dialogar com os militares.
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As juntas militares de Burkina Faso e Mali - países do Sahel que também sofreram golpe de Estado - emitiram um comunicado criticando a exigência do Cedeao. No texto, os militares alertam que qualquer intervenção para restaurar o presidente deposto do Níger levará à saída das nações do Cedeao e será considerada uma "declaração de guerra".