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Lula parabeniza Erdogan por reeleição: "conte com a parceria do Brasil"

Petista desejou "bom mandato" e ofereceu colaboração pela paz e contra a miséria no mundo

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou Recep Tayyip Erdogan pela vitória nas eleições da Turquia, neste domingo (28.mai).

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Lula desejou um bom mandato para o turco, que foi reeleito, e afirmou que ele pode contar com o Brasil pela paz e no combate à pobreza.

"Cumprimento Erdogan pela reeleição como presidente da Turquia. Desejo um bom mandato, de muito trabalho para o melhor do povo turco. E conte com a parceria do Brasil na cooperação global pela paz e no combate à pobreza e desenvolvimento do mundo", escreveu Lula.

Quem é Erdogan?

Prefeito bem-sucedido de Istambul de 1994 a 1998, Erdogan se filiou ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de vertente conservadora e nacionalista, em 2002, sendo eleito primeiro-ministro no ano seguinte, com uma proposta diferente da qual a República da Turquia foi construída.

A economia turca registrou um grande crescimento durante a primeira década de Erdogan no poder, além de enormes projetos de infraestrutura. O frenesi da construção, aliás, permitiu que turcos com menor nível de escolaridade entrassem no mercado de trabalho, consolidando a base eleitoral do AKP.

Todavia, as coisas mudam a partir de 2013, quando o governo reprime brutalmente protestos iniciados pela preservação de uma praça e acabaram tomando proporção nacional. Em 2014, Erdogan é eleito presidente, posto que era meramente cerimonial até 2017, quando o político, reagindo a um golpe fracassado em 2016, transformou o sistema político do país em presidencialismo e se reelegeu com muito mais poderes.

A partir daí, Erdogan levou a Turquia rumo ao autoritarismo. Além de passar a ser o único responsável pela nomeação -- e demissão -- de ministros e juízes, o presidente também se deu poderes para governar por decreto. No mais, conseguiu que seu partido tivesse a maioria dos assentos no parlamento, cerceou e prendeu opositores, e passou a controlar os meios de comunicação.

Com tantos poderes na mão, Erdogan passou a gerir mal a economia. Nos últimos anos, abandonou a política econômica ortodoxa, a inflação disparou e a lira desvalorizou.

Além da crise no custo de vida, há também a questão dos refugiados sírios. A Turquia abriga cerca de 4 milhões de sírios que fugiram da guerra civil que perdura desde 2015, sobrecarregando os serviços básicos e aumentando o desemprego no país.

Somando com as consequências do terremoto que abalou a Turquia e Síria, em fevereiro deste ano, provocando mais de 50 mil mortes, e a lenta resposta do governo no resgate das vítimas, forma-se a tempestade perfeita para o presidente de 69 anos em busca da reeleição.

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