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Apenas 3 em cada 10 países contam com ambientes satisfatórios para imprensa

Veiculação de fake news e rápido desenvolvimento da inteligência artificial vêm prejudicando profissionais

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Brasil subiu 18 posições, alcançando a 92º colocação no ranking | Unsplash
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A imprensa continua enfrentando desafios pelo mundo. Dados dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgados nesta 4ª feira (3.mai), apontam que o ambiente para o jornalismo é satisfatório em apenas 14% dos 180 locais pesquisados, o equivalente a três em cada 10 países. Para grande parte (38%), a situação é considerada "problemática".

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Segundo o estudo, realizado anualmente, a mídia está enfrentando cada vez mais desafios devido à veiculação de notícias falsas e propagandas de desinformação. O rápido desenvolvimento da inteligência artificial também está colaborando para a quebra dos princípios de confiabilidade, com, por exemplo, montagens de fotos em alta definição.

"A diferença está sendo borrada entre verdadeiro e falso, real e artificial, fatos e artifícios, colocando em risco o direito à informação. A capacidade sem precedentes de adulterar conteúdo está sendo usada para minar aqueles que incorporam o jornalismo de qualidade e enfraquecer o próprio jornalismo", argumentou a RSF.

Pelo sétimo ano consecutivo, a Noruega ficou em primeiro lugar no ranking mundial de Liberdade de Imprensa, seguido pela Irlanda e Dinamarca. Já nas últimas posições ficaram o Vietnã, a China, que caiu quatro lugares, e a Coreia do Norte. O Brasil, por sua vez, subiu 18 posições, alcançando a 92º colocação no ranking.

Quando avaliado por continente, a Europa lidera o número de países onde o ambiente é considerado satisfatório para a imprensa. A Polônia, por exemplo, subiu nove posições no ranking (57º), enquanto a França cresceu duas colocações (24º). O cenário, contudo, ainda conta com casos de violência, como na Alemanha, que caiu cinco posições (21º).

No caso dos Estados Unidos, os assassinatos dos jornalistas Jeff German, em setembro de 2022, e Dylan Lyonsem, em fevereiro de 2023, tiveram um impacto negativo na avaliação. O país caiu três posições no ranking, ficando em 45º lugar. Uma das maiores quedas foi a do Senegal, que despencou 31 posições, alcançando a 104º colocação.

O mesmo foi registrado na Rússia, que, com a invasão na Ucrânia, vem intensificando a censura contra veículos de comunicação. O país caiu mais nove posições no índice de 2023, ficando em 164º lugar. Segundo o estudo, os crimes de guerra cometidos por Moscou em Kiev também auxiliaram o país a contabilizar uma das piores pontuações nos índices de segurança (79º).

"O Índice Mundial de Liberdade de Imprensa mostra enorme volatilidade nas situações, com grandes altos e baixos e mudanças sem precedentes. Esta instabilidade é o resultado do aumento da agressividade por parte das autoridades em muitos países e da crescente animosidade em relação aos jornalistas nas redes sociais e no mundo físico. A volatilidade também é consequência do crescimento da indústria de conteúdo falso", avalia Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

Confira as 20 primeiras colocações do ranking do Índice Mundial de Liberdade de Imprensa:

  • 1º - Noruega
  • 2º - Irlanda
  • 3º - Dinamarca
  • 4º - Suécia
  • 5º - Finlândia
  • 6º - Países Baixos
  • 7º - Lituânia
  • 8º - Estôia
  • 9º - Portugal
  • 10º - Timor-Leste
  • 11º - Liechtenstein
  • 12º - Suíça
  • 13º - Nova Zelândia
  • 14º - República Tcheca
  • 15º - Canadá
  • 16º - Letônia
  • 17º - Eslováquia
  • 18º - Islândia
  • 19º - Samoa
  • 20º - Luxemburgo
  • 92º - Brasil

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