Paris estreia exposição com sarcófago de Ramsés II
Múmia volta à capital francesa depois de mais de 40 anos
Maria Paula Carvalho
A exposição "Ramsés e o Ouro dos Faraós" desembarca em Paris, na França, de abril a setembro, com objetos históricos e símbolos da cultura egípcia antiga.
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O sarcófago ornamentado com a figura do faraó de braços cruzados e os símbolos do poder e de sua divindade vem ao país europeu pela segunda vez. Em 1976, os restos mortais do rei Ramsés II foram recebidos com honras de chefe de Estado. Em gesto simbólico, quando a múmia veio à capital francesa para ser tratada, o corpo embalsamado se deteriorava. A múmia estava sendo atacada por fungos, mofo e bactérias. Os cientistas usaram raios X para fazer a restauração.
No Musée de L'Homme, ao lado da Torre Eiffel, cientistas conseguiram curar a múmia de Ramsés II. Eles descobriram que o corpo tinha fraturas e ferimentos de batalhas. Após tratado, ele foi enviado de volta a Cairo, em 1977. Mais de 40 anos depois, o sarcófago volta em sinal de reconhecimento pela preservação do tesouro inestimável. Em mais de seis décadas de reinado, Ramsés II foi um grande construtor. Poucos deixaram a sua marca como ele no Vale do Rio Nilo, no Egito.
Com sete mil quilômetros, um dos maiores rios do mundo --- rivalizando com o Amazonas --- o Nilo cruza dez países. Suas águas são sinônimo de vida num país com 90% do território desértico. As águas do Rio Nilo são testemunhas da história egípcia --- desde o tempo dos faraós, passando pelos antigo, médio e novos impérios, as invasões grega, romana e bizantina, até o Egito muçulmano. Observar as margens do rio é como um cinema vivo, e como viajar no tempo.
Cada vez que o Sol nasce no templo de Abu Simbel é uma homenagem ao mais prestigioso dos faraós. Ramsés II era um eterno colosso em frente ao santuário erguido em sua glória. Os egípcios cavaram galerias dentro da montanha e depois esculpiram a falésia de 33 metros de altura. Por que quatro estátuas? Uma para cada ponto cardeal. Uma forma de dizer que Ramsés dominava em toda a região.
Os egípcios recebem os turistas que navegam pelo Rio Nilo com mesa farta. E os produtos que entram no barco quase sempre vêm do comércio local. O turismo gera 10% do PIB (Produto Interno Bruto) egípcio é cerca de 2 milhões de empregos, mesmo que nos últimos anos tenha sido afetada pela instabilidade política, a turbulência econômica e pela pandemia da covid-19. A língua oficial é o árabe, mas o francês e o inglês são bem aceitos, assim como o euro nos mercados, onde são encontrados todos os tipos de especiarias.
Prepare as libras egípcias para fazer compras no "Souk", como eles chamam o mercado público. A moeda oficial, por sua vez, vale R$ 0,16. A flor de hibisco, usado para fazer chá, é um dos produtos mais consumidos.
No próximo episódio, vamos continuar nosso passeio cheio de curiosidades no sul do Egito.
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