Jogadores brasileiros no Sudão pedem ajuda para deixar o país
País africano vive intenso conflito, que já deixou mais de 200 mortos
Liane Borges
Jogadores brasileiros, que viajaram para atuar em um time de futebol do Sudão, estão pedindo ajuda para voltar para casa. Os atletas desembarcaram em Cartum, capital do país, na última 6ª feira (14.abr), contratados pelo Al-Merrich.
Um dia depois da chegada dos nove brasileiros, teve início um intenso conflito armado entre o exército nacional e um grupo paramilitar. Dois generais que deram um golpe de estado, em 2021, disputam agora o controle do país africano.
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Mesmo com dificuldades de conexão à internet, o jogador Paulo Sérgio conseguiu fazer contato com a equipe do SBT, e relata os momentos de tensão no país. "Tinha muitos homens armados, dando tiros, tentado acertas caças, tentando acertar drones; meu medo era de que algo realmente pior acontecesse ali", conta o atleta.
No Rio de Janeiro, a família de Paulo Sérgio vive angustiada. "Estamos rezando, todo mundo na oração aqui, se Deus quiser, para logo logo ele esta aí de volta", diz o pai do jogador, Antônio Luiz de Souza.
Segundo organizações de direitos humanos, até hospitais têm sido alvo dos ataques. Um cessar-fogo de 24 horas chegou a ser anunciado, nesta 3ª feira 918.abr), mas novas explosões foram registradas.
O Itamaraty informou que está em contato com os brasileiros que vivem no Sudão e com seus familiares, e destaca que, junto com outros países, coordena ações de assistência que serão implementadas, assim que houver segurança.
O jogador, porém, nega a versão do governo brasileiro. "Em nenhum momento, a gente está tendo retorno deles, e nenhum familiar nosso também está tendo esse retorno, no Brasil", afirma Paulo Sérgio.
Enquanto isso, a apreensão continua. "Nosso medo real é, daqui alguns dias, a gente não sabe o que vai acontecer, ficar tudo pior do que já está, né?", acrescenta o atleta.
A equipe de reportagem do SBT questionou o Itamaraty a respeito dos comentários do jogador Paulo Sérgio, mas não obteve resposta.
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