Dieta mediterrânea pode diminuir risco de demência, avalia pesquisa
Análise da revista BMC Medicine afirma que adeptos têm 20% menos risco de desenvolver patologia
Um estudo publicado na revista BMC Medicine indica que quem usa a dieta mediterrânea pode reduzir o risco de desenvolver demência em até 23%. A dieta é baseada no consumo de alimentos naturais como frutas, legumes e verduras, e rica em oleaginosas, cereais e frutos do mar. É praticada, sobretudo, em países como Itália, Espanha e, principalmente, Grécia. O estudo foi realizado por pesquisadores do Reino Unido.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Foram avaliados aproximadamente 60 mil britânicos, a partir dos 60 anos. As análises indicaram que os participantes que apresentaram boa saúde se alimentavam dentro dos parâmetros da dieta mediterrânea. 23% dos participantes com adesão moderada à dieta apresentaram um risco menor de demência em relação ao grupo de baixa adesão.
Essas informações foram coletadas ao longo de quase 10 anos. Foram levadas em conta a dieta de cada indivíduo e a semelhança (ou não) com a dieta mediterrânea, além da questão genética dos voluntários.
A demência é uma doença que afeta principalmente pessoas idosas e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e de seus familiares. É caracterizada pela perda de capacidade cognitiva, incluindo a perda de memória, dificuldade em realizar tarefas simples e mudanças de humor.
Dieta Mediterrânea
O padrão alimentar da dieta é baseado nos alimentos tradicionais da região do Mediterrâneo. Os principais alimentos consumidos incluem frutas, verduras, legumes, cereais integrais, nozes, sementes, azeite de oliva, peixes e frutos do mar, e quantidades moderadas de carne e vinho. A dieta mediterrânea é rica em nutrientes importantes, como vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, e pobre em alimentos processados e industrializados.
"É uma dieta rica antioxidantes, né vitaminas minerais, uma vez que se consome frutas, verduras, legumes. Ela também oferece uma ótima quantidade de fibra. Além disso, os estudos apontam redução de doenças cardiovasculares, diabete e obesidade", explica o nutricionista Dereck Oak.
Para aplicar a dieta no dia a dia, é importante escolher alimentos frescos, naturais e não processados. É recomendado evitar alimentos industrializados, açúcares e gorduras saturadas.
Dicas
- Inclua vegetais em todas as refeições
- Consuma frutas frescas como sobremesa
- Prefira carboidratos integrais como arroz integral, pão integral e massas integrais
- Adicione leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico às refeições
- Consuma peixes ricos em ômega 3, como salmão, sardinha e atum
- Prefira fontes de proteína magra, como frango e peru
- Substitua carnes vermelhas por carnes brancas ou vegetais
- Utilize azeite de oliva como principal fonte de gordura
- Consuma nozes e castanhas como lanche ou sobremesa
- Reduza o consumo de alimentos processados, açúcar e sal
Benefícios da Dieta Mediterrânea
Estudos científicos têm demonstrado que a Dieta Mediterrânea traz diversos benefícios para a saúde, incluindo a redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão, câncer e Alzheimer. Além disso, a dieta mediterrânea pode melhorar a digestão, reduzir o colesterol e a inflamação no corpo, e aumentar a longevidade. Confira a lista de benefícios.
- Redução do risco de doenças cardiovasculares
- Prevenção do diabetes e da obesidade
- Controle da pressão arterial
- Redução do risco de câncer
- Melhora a saúde mental e a função cognitiva
- Aumento da longevidade
- Redução do colesterol e da inflamação no corpo
- Fortalecimento do sistema imunológico
- Melhora da digestão e absorção de nutrientes
- Redução do risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas
O nutricionista Dereck Oak aponta que alguns alimentos que, consumidos ao longo da vida, trazem boa qualidade para a memória. "Frutas vermelhas, como morango e mirtilo. São ricos em antioxidantes e isso protege o cérebro do estresse oxidativo e com isso também do envelhecimento".
Bruce Willis é diagnosticado com demência; casos também aumentaram no Brasil
O ator Bruce Willis foi diagnosticado, no início deste ano, com demência frontotemporal, estágio avançado da afasia. E, no Brasil, o número de casos de afasia progressiva primária, doença que levou o ator de Hollywood, Bruce Willis à demência, teve um salto de 100% nos últimos três anos no Brasil.
Só no ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou cerca de treze casos por dia nos hospitais públicos. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2020 foram 2.175. No ano seguinte, mais que dobrou: 4.781. E em 2022, o número de atendimentos foi de 4.720.